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“Qualquer informação de natureza militar durante a guerra é uma arma”. Kiev diz que Moscovo pode estar a mentir sobre falta de munições

O Reino Unido tornou-se o primeiro país a fornecer mísseis de longo alcance à Ucrânia, os Storm Shadow, anunciou esta quinta-feira o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace. Os mísseis de cruzeiro Storm Shadow têm um alcance superior a 250 quilómetros, mais do que qualquer outra arma fornecida a Kiev pelos países ocidentais para ajudar no esforço de resistência contra a invasão russa. Nenhum outro país tinha até agora fornecido este tipo de armamento a Kiev, por receio de que possa levar a uma escalada da guerra.

“A doação desses sistemas de armas dá à Ucrânia a melhor hipótese de se defender contra a brutalidade da Rússia”, acrescentou Ben Wallace, explicando que estes mísseis “permitirão à Ucrânia repelir as forças russas baseadas no território soberano da Ucrânia”. O ministro não esclareceu se impôs alguma limitação ao uso destes mísseis.

Citando vários oficiais militares, a CNN avançou que o armamento deverá ser usado numa forte contraofensiva que tem estado a ser preparada por Kiev.

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No Kremlin, a reação a esta notícia tem sido “muito negativa”, avança a Pravda. Dmitri Peskov, porta-voz do Presidente russo, afirmou: “[O Kremlin está a avaliar o fornecimento dos Storm Shadows] de forma muito negativa. Isto vai exigir uma resposta adequada por parte das forçar militares que, claro, vão tomar as decisões apropriadas de um ponto de vista militar.”

Entretanto, Zelensky admitiu numa entrevista à BBC divulgada esta quinta-feira que precisa de “mais tempo” para uma contraofensiva. “Com o que temos, poderíamos já seguir em frente e ter sucesso. Mas perderíamos muitas pessoas. Acho isso inaceitável. Portanto, temos de esperar. Ainda precisamos de um pouco mais de tempo”, confessou o Presidente ucraniano.

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Em fevereiro, o primeiro-ministro britânico, Rushi Sunak, tinha garantido que “nada estava excluído” em termos de fornecimento de equipamento militar à Ucrânia. O chefe de governo britânico afirmou que discutiu com Zelensky que “as necessidades mais imediatas são [sistemas de] defesa antiaérea e mísseis de longo alcance”.

Com o seu longo alcance, estes mísseis têm a capacidade de atingir áreas no leste da Ucrânia controladas por forças russas, incluindo a península da Crimeia, ocupada pela Rússia em 2014.

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O míssil Storm Shadow, desenvolvido em conjunto pelo Reino Unido e por França, é lançado a partir do ar. Estes mísseis poderão atuar juntamente com os mísseis GLSDB, que foram prometidos pelos Estados Unidos em fevereiro.

A Ucrânia considera este tipo de armas, com alcance de até 250 quilómetros, cruciais para lançar a sua próxima contraofensiva e ameaçar as posições russas atrás das linhas de frente.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 441.º dia, 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.