O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky diz que o país precisa de “um pouco mais tempo” para preparar a tão esperada contraofensiva à invasão russa, lembrando que falta equipamento militar prometido pelo Ocidente que ainda não chegou.

Numa entrevista em Kiev a emissoras públicas europeias, entre elas a BBC, e divulgada esta quinta-feira, Zelensky reconheceu que seria possível “avançar e ter sucesso” num contra-ataque no imediato, mas que “agora, perderíamos muitas pessoas”. “Acho que é inaceitável”, continuou. “Precisamos de esperar. Precisamos de um pouco mais tempo”.

Zelensky descreveu as brigadas de combate ucranianas, algumas delas treinadas por países da NATO, como estando “prontas”, mas que ainda faltam “algumas coisas”, nomeadamente carros armados que estão a “chegar aos lotes”. A contraofensiva será um teste para o país, que tem recebido apoio internacional e qualquer resultado pode significar uma redução no apoio militar, bem como pressão para negociar com a Rússia.

Na mesma entrevista, o Presidente da Ucrânia abordou a relação com os Estados Unidos da América e desvalorizou o receio de perder o apoio norte-americano caso Joe Biden não seja reeleito em 2024. Há menos de 24 horas que os EUA anunciaram um novo pacote de ajuda de 1,2 mil milhões de dólares para fornecer munições e reforçar as defesas aéreas ucranianas. Zelensky descartou a questão do sucessor na presidência nos EUA: “Acredito que já teremos vencido [a guerra] nessa altura”, defendeu.

Entretanto, Prigozhin já veio refutar as declarações de Zelensky. O líder e fundador grupo Wagner acusa o Presidente ucranianao de ser “enganador” e garante que a Ucrânia não só já começou contraofensivas como foram “parcialmente bem-sucedidas”. Numa declaração no Telegram, citada pela Reuters, Yevgeny Prigozhin diz que as unidades ucranianas começaram o contra-ataque e estão a aproximar-se de Bakhmut pelos flancos.

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