Se nas últimas décadas a Mercedes teve o exclusivo do fornecimento dos safety cars oficiais nas corridas de F1, o que envolve o carro de serviço médico de intervenção rápida, o carro-vassoura que acompanha a primeira volta no início da corrida atrás dos concorrentes e o pace car (ou safety car) que entra em pista para manter todos os pilotos atrás de si, sempre que há uma situação de bandeira amarela em todo o circuito, a realidade é que desde 2021 que a Aston Martin passou a partilhar com a marca alemã este estatuto. E, segundo o CEO do fabricante britânico, Lawrence Stroll, que é simultaneamente o pai de um dos pilotos oficiais da marca na disciplina máxima do desporto automóvel, dificilmente esta presença poderia apresentar um saldo mais interessante, tanto em termos de valores como em volume de vendas.

Desde que tem os seus veículos mais desportivos no papel de safety cars, a Aston Martin passou a usufruir da exposição mediática que está associada à participação desses modelos no momento a seguir à partida, ou sempre que existem problemas durante uma corrida, algo lamentável mas que por vezes acontece. E, para Lawrence Stroll, esta presença nos circuitos, difundida pelas televisões um pouco por todo omundo, é responsável pela venda anual de mais 300 a 400 unidades, o que representa um reforço adicional da facturação em cerca de 80 milhões de euros.

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Stroll explica que, para um grande construtor, vender mais 400 unidades a uma média de 50 mil euros cada, pode não representar muito. Mas para a Aston Martin, um construtor de nicho, cujos modelos ultrapassam muitas vezes 700 cv e 300.000€ (antes de impostos), significa um boost muito importante, tanto em termos de volume de vendas como de facturação. Isto representa um retorno importante, apesar de ser conseguido com um investimento relativamente pequeno.

A frota de modelos da Aston Martin ao serviço da F1 integra o DBX 707 como o carro médico de intervenção rápida, um SUV que, de série, conta com um motor 4.0 V8 biturbo que fornece 707 cv, o que torna possível superar os 100 km/h em somente 3,3 segundos, para depois atingir 310 km/h. O outro modelo do construtor britânico que marca presença na grelha da F1, arrancando na peugada de todos os concorrentes, é o Aston Martin Vantage. Este coupé desportivo, de série, extrai do motor 5.2 V12 sobrealimentado 700 cv, o que explica a forma como vai de 0-100 km/h em 3,5 segundos, ou a capacidade de atingir uma velocidade máxima de 322 km/h.

Ambos os modelos da marca britânica surgem na F1 nas versões F1 Edition, o que implica usufruírem de um pack aerodinâmico bastante evidente, com asa traseira e splitter frontal, destinados a colar os modelos ao solo e optimizar o comportamento em pista. Os amortecedores, molas e travões são igualmente adaptados às condições de uma utilização em pista, onde as irregularidades são inexistentes e o que importa é ser rápido e fácil de conduzir, para não atrapalhar a vida aos pilotos cujos F1 são muito mais eficientes e substancialmente mais rápidos.

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