O Papa lamentou este sábado a aprovação da legalização da eutanásia em Portugal, mas o PS diz que o assunto “está mais do que resolvido” no país. Já o PSD discorda e o líder Luís Montenegro fala de falta de debate, considerando que os portugueses “não estão suficientemente esclarecidos sobre este impulso legislativo”.

A aprovação da lei aconteceu esta sexta-feira e o lamento do Papa Francisco surge a 13 de maio, provocando reações no PS que, pela voz do secretário-geral adjunto, João Torres, veio garantir “respeito por todas as opiniões”, mas não sem deixar de considerar que “o tema está mais do que resolvido na sociedade portuguesa. Já tivemos vários momentos de discussão desta matéria na Assembleia da República e houve grande reflexão”, argumenta.

Eutanásia novamente aprovada, Marcelo obrigado a promulgar. Mas PSD e Chega recusam fim do debate

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No PSD, Luís Montenegro também reagiu à posição que chegou do Vaticano, da voz do próprio Papa, e considera que “os portugueses não estão suficientemente esclarecidos sobre este impulso legislativo”.

O líder social-democrata lamenta que os portugueses “não tenham sido chamados a aprofundar o tema dada a sua sensibilidade e repercussão”, acusando o PS de não ter querido “promover uma discussão aberta e uma consulta popular” e ainda de não ter respondido “ás objeções do Presidente da República” nesta última devolução do diploma por Belém.  Montenegro diz que os socialistas agiram “de forma apressada”.

Os sociais-democratas vão ainda travar a legalização da eutanásia com recurso ao Tribunal Constitucional, estando a ser preparada um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma que agora vai seguir para promulgação do Presidente da República, tal como avançou o Observador.

A legalização foi confirmada, depois do veto presidencial, pelo PS, oito deputados do PSD (Adão Silva, António Maló de Abreu, Rosina Ribeiro Pereira, Hugo Carvalho, Mónica Quintela, Sofia Matos, Catarina Rocha Ferreira), Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda, PAN e Livre. Contra votaram o PSD, quatro deputados do PS (João Azevedo, Cristina Sousa, Joaquim Barreto e Sobrinho Teixeira), Chega e PCP. Jorge Mendes, do PSD, absteve-se.

Deputados do PSD vão tentar travar despenalização da eutanásia com fiscalização sucessiva