O antigo primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, considera que o Presidente russo “está mais perto do que nunca” de ser preso, tendo em conta o mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em nome de Vladimir Putin, falando mesmo numa “campanha” que foi criada no seio da comunidade internacional para deter o líder da Rússia. “É uma escalada na procura da justiça pelo povo da Ucrânia.”
Num artigo de opinião publicado esta terça-feira no Guardian, Gordon Brown mencionou a cimeira dos BRICS (grupo de países composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em agosto, existindo uma “pressão pública” para deter o Presidente da Rússia, que poderá ir à cidade de Durban. Ora, uma vez que a África do Sul assinou o estatuto de Roma, o país tem de cumprir as suas obrigações ao abrigo do Direito Internacional e deter Vladimir Putin.
“A Rússia permanece inflexível de que Putin vai fazer parte da cimeira dos BRICS”, assinalou Gordon Brown, ressalvando que a presidência sul-africana concluiu, contudo, que a presença do Presidente russo no país “não só violaria o Direito Internacional, como as próprias leis da África do Sul”, o que faz com que Pretória aconselhe o líder russo a não se deslocar a Durban.
Na opinião de Gordon Brown, “aconteça o que acontecer em agosto”, a cimeira dos BRICS será decisiva para Vladimir Putin: ou vai ao encontro e arrisca-se a ser detido, ou fica na Rússia e “expõe o seu medo em ser preso”, saindo enfraquecido na comunidade internacional.
Para já, Gordon Brown pede que os Estados Unidos se “envolvam mais” no esforço de colocar Vladimir Putin “atrás das grades”. “Joe Biden diz que favorece a detenção de Putin, mas os Estados Unidos ainda tem resistência na criação de um tribunal especial”, frisou o antigo primeiro-ministro britânico, que afirmou que cabe a outros países na Europa lembrar Washington não deve olhar apenas “para os fins”, mas “também para os meios”.