A Comissão de Utentes do Centro Hospitalar do Oeste manifestou esta quinta-feira preocupação com o encerramento da maternidade das Caldas da Rainha, salientando que há uma sobrelotação no hospital de Leiria, para onde as grávidas serão encaminhadas.
“A comissão vê com muita preocupação este encerramento”, disse à agência Lusa o porta-voz da Comissão Cívica de Utentes do Centro Hospitalar do Oeste, Vítor Dinis, na sequência do anúncio do encerramento do Serviço de Ginecologia – Obstetrícia do Hospital das Caldas da Rainha, entre 1 junho e o final de outubro.
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Em comunicado, o conselho de administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) justificou esta quinta-feira o encerramento com realização de obras de requalificação “que visam melhorar as condições de qualidade, conforto e segurança para utentes e profissionais de saúde”.
De acordo com o conselho de administração, no decorrer da intervenção “a atividade assistencial do Serviço de Obstetrícia (internamento, bloco de partos e urgência obstétrica) será suspensa, não recebendo novas utentes”, sendo a assistência às utentes do CHO “assegurada pelo Centro Hospitalar de Leiria”.
No Hospital das Caldas da Rainha manter-se-ão apenas em funcionamento as consultas externas de Ginecologia e de Obstetrícia, é indicado na nota. Segundo Vítor Dinis, a preocupação da Comissão de Utentes prende-se “com a situação em que o hospital de Leiria também está, com excesso de grávidas a irem lá ter bebés e agora levarem com as utentes do Oeste”.
Mais do que a distância entre o Hospital de Santo André, em Leiria, e as três unidades do CHO (58 quilómetros das Caldas da Rainha, 87 de Peniche e 100 de Torres Vedras), a comissão está preocupada com facto de “já estar sobrelotado”, sublinhou.
Por outro lado, a comissão irá “enviar hoje, com caráter de urgência” um pedido ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, “para reabrir a urgência pediátrica de Torres Vedras”, que está encerrada no período noturno, entre as 21h00 e as 09h00, desde 1 de abril.
As obras de requalificação e a aquisição de novo equipamentos para a maternidade ascendem a 1.208.316,50 euros, dos quais 401.255,60 euros financiados no âmbito do programa de Incentivo Financeiro à Qualificação dos Blocos de Partos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), 725.000,00 euros financiados pela Câmara das Caldas da Rainha e 82.060,90 euros suportados pelo CHO.
Dois blocos de parto da Área Metropolitana de Lisboa encerram para obras
No comunicado, o CHO “lamenta antecipadamente os incómodos que serão causados pelas obras e apela à compreensão de todos na expectativa de que este período de constrangimentos seja posteriormente compensado com a melhoria significativa das futuras instalações e equipamentos da maternidade”.
De acordo com o conselho de administração do CHO, a requalificação resultará em “melhores condições de qualidade e segurança para as grávidas e acompanhantes, recém-nascidos e profissionais de saúde, contribuindo de forma significativa para a humanização e segurança dos cuidados prestados”.
O CHO integra os hospitais de Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro), abrangendo 298.390 habitantes.
O Nascer em Segurança no SNS – Plano Sazonal Verão 2023, divulgado esta quinta-feira, estabelece que, além da maternidade das Caldas da Rainha, o bloco de partos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, também fecha para obras no verão.
Das 41 maternidades do país, 27 mantêm-se em pleno funcionamento, nove funcionarão com dias de encerramento agendados e em rotatividade com outras unidades e duas fecham para obras.