A beluga macho foi encontrada pela primeira vez em 2019. Também conhecida como baleia branca, tinha cerca de dez anos e trazia à sua volta uma espécie de arnês pronto para segurar uma câmara e as palavras “Equipamento São Petersburgo” impressas nas fivelas.

Foi encontrada por pescadores na costa norueguesa e, de imediato, as autoridades norueguesas suspeitaram que o animal — que parecia habituado ao contacto humano — pudesse ter sido treinado pela Rússia para fins de espionagem.

Se esta beluga tiver vindo da Rússia — e há muitas razões para achar isso —, isto não é obra de cientistas russos, mas sim da Marinha”, declarou à altura, ao The Guardian, Martin Biuw, do Instituto de Investigação Marinha da Noruega.

A beluga foi então batizada de Hvaldimir, um trocadilho com a palavra norueguesa para “baleia” (hval) e o nome Vladimir, por causa de Vladimir Putin.

Agora Hvaldimir reapareceu, mas longe do ponto inicial onde havia sido avistado. Este domingo, a organização OneWhale, que tem estado atenta à localização da beluga, descobriu que o animal foi avistado em Hunnebostrand, na costa sul da Suécia.

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Esta segunda-feira, a organização deu à Agência France-Press algumas explicações possíveis para que a beluga se tenha afastado tanto do ponto inicial onde foi avistada há quatro anos. “Podem ser as hormonas, que o estão a fazer deslocar-se para encontrar uma companheira. Ou pode ser solidão, porque as belugas são uma espécie muito social, e ele pode estar à procura de outras belugas”, disse o biólogo marinho Sebastian Strand.

A possibilidade de Hvaldimir ter sido colocada na costa norueguesa pela Rússia para fins de espionagem é plausível, porque o país há muito que usa animais marinhos como golfinhos, belugas e focas para fins militares. Segundo o The Guardian, os golfinhos foram usados para encontrar armamento submarino na década de 1980 pela União Soviética. Esse programa foi terminado na década de 1990, mas em 2017 um canal do Ministério da Defesa russa admitiu que o país estava novamente a usar animais marinhos para fins militares nas zonas polares.

Ainda recentemente, os Estados Unidos concluíram que os russos estariam a usar golfinhos treinados para fins militares na sua base no Mar Negro, a propósito da guerra na Ucrânia.

Oficialmente, Moscovo nunca reagiu às suspeitas de que Hvaldimir esteja a ser usado para fins de espionagem.