Para Benedetto Vigna, o CEO da Ferrari, a melhor defesa parece ser o ataque, pelo que apesar do primeiro eléctrico da marca do Cavallino Rampante só estar previsto para 2025, o construtor fundado por Enzo Ferrari vai inaugurar a sua primeira fábrica capaz de produzir modelos eléctricos e híbridos plug-in (PHEV) já para o ano, em 2024.
Com o arranque da fabricação agendado para Junho de 2024, as novas instalações têm como objectivo produzir os novos veículos eléctricos a bateria, sendo ainda igualmente versáteis a ponto de conseguir acolher a produção dos modelos que recorrem a mecânicas PHEV e ainda os motores de nova geração.
Mas a nova e-fábrica não se destina apenas aos modelos futuros, uma vez que, segundo Vigna, também o novo Purosangue, o SUV desportivo da Ferrari que promete ser o modelo mais apetecível, deverá ser ali produzido. Sobretudo porque o CEO avança que, além da versão de lançamento, equipada com um motor 6.5 V12 atmosférico, o SUV poderá disponibilizar uma segunda versão PHEV, potencialmente com mais cavalos e mais amiga do ambiente.
O exclusivo construtor italiano, que já conta com motores PHEV no SF90 e no 296 GTB, já satisfaz 35% dos seus clientes com motores híbridos plug-in, prevendo atingir 60% das vendas com PHEV e 100% eléctricos em 2026, para depois subir a fasquia para 80% em 2030.
Mas, apesar de pretender reduzir o volume de vendas de veículos exclusivamente equipados com motores a combustão, a Ferrari não está a pensar tornar-se tão depressa um fabricante de apenas veículos eléctricos. Pelo menos enquanto existirem clientes em quantidade para comprar desportivos a combustão, ou modelos em que o motor a gasolina surja como o motor principal de uma mecânica electrificada PHEV. Sobretudo porque esta permite circular durante alguns quilómetros em modo 100% eléctrico. Isto ainda antes de se perceber o verdadeiro potencial dos combustíveis sintéticos, os e-fuels.