É mais um caso de um pagamento da TAP que a comissão de inquérito à gestão da companhia destapou. A TAP pagou 16 milhões de euros a uma consultora que trabalhou com David Neeleman no processo de privatização que o empresário americano venceu em 2015. Segundo o deputado do PCP, Bruno Dias, desde 2015 a TAP pagou 40 milhões de euros a duas consultoras, a BCG (Boston Consulting Group) e a Seabury.

A revelação foi feita na audição desta quarta-feira ao ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes. Quando questionava o ex-governante, o deputado comunista Bruno Dias indicou que a Seabury foi consultora de Neeleman no processo de compra da TAP, concretizado em 2015, ano no qual esta consultora terá recebido nove milhões de euros da transportadora portuguesa. Em 2016, a Seabury recebeu 7,8 milhões de euros.

Segundo o deputado, os pagamentos à Seabury ascendem a 16 milhões de euros, mais do que os 10 milhões pagos pelo consórcio privado liderado por Neeleman por 61% do capital da TAP. Para Bruno Dias, isto é “mais do que pagar o cão com o pelo do cão… é com os órgãos internos”, sugerindo que o acionista privado “fez-nos pagar as assessorias dele ao negócio”.

Questionado sobre este pagamento, Hugo Mendes disse não conhecer os detalhes destes contratos, mas assinalou que é normal as empresas de aviação contratarem consultoras quando têm missões complicadas e que exigem confidencialidade e reserva. E sabia que a BCG trabalhou com a TAP na preparação do plano de reestruturação que foi entregue à Comissão Europeia.

Sobre este caso, Bruno Dias indicou que o PCP vai pedir toda a faturação e correspondência trocada entre David Neeleman e a TAP relacionadas com as assessorias prestadas pela Seabury para perceber se o apoio dado ao candidato à compra da TAP terá sido pago pela própria empresa.

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