Recorde, Ronaldo. Ronaldo, recorde. O tantas vezes utilizado CR7 transforma-se muitas vezes num RR mais um número qualquer em causa, equivalente ao novo registo estabelecido pelo avançado. É isso também que faz o capitão da Seleção rasgar ainda mais um sorriso, mais ainda quando perante uma questão da Lusa sobre os recordes que tinha e que queria alcançar respondeu com outra pergunta: “O que é que falta?”. A brincar, a brincar, naquelas quatro palavras está algo sério. “Não tenho noção dos recordes todos que tenho… Sei que internacionalizações e golos na seleção sou eu, sei que tenho mais mas digo sinceramente: eu não sigo os recordes, eles é que me seguem. Isso também é uma motivação. Nunca pensei alcançar isto mas ainda continuo a bater recordes e continuo com a ambição de fazer muita história por Portugal”, destacou.
Os recordes continuam a perseguir CR7. Ronaldo é o primeiro jogador a marcar em cinco Mundiais
Não é muito habitual ter Ronaldo numa conferência de imprensa, sendo que quando falou antes do início do Mundial no Qatar foi preciso ir ver jornais para trás para tentar encontrar a última vez. Agora, neste nova era da Seleção com Roberto Martínez, o avançado falou antes do primeiro encontro com o técnico espanhol em Alvalade frente ao Liechtenstein por ser o capitão e voltou a falar na antecâmara do quarto jogo nesta fase de qualificação para o Campeonato da Europa por estar prestes a bater mais um recorde, neste caso reforçar uma marca que já lhe pertence: vai continuar a ser o jogador com mais internacionalizações mas agora com um registo redondo de 200 partidas pelo conjunto principal de Portugal. E foi basicamente sobre isso que se falou na Islândia, onde Ronaldo não se lembrava que tinha antes jogado e marcado pela Seleção.
“Era top, no jogo 200 pela Seleção fazer um golo… Mas devo frisar que o mais importante é o caminho da nossa Seleção, a equipa está bem e é seguir este caminho. Três jogos, três vitórias, três bons jogos e o mais importante é chegar à quarta. Melhor momento? É difícil mencionar um só. Foram tantos momentos bonitos que vivi e vou continuar a viver que mencionar só um não consigo. Os mais fáceis de memorizar é quando ganhamos, quando ganhámos o Europeu e a Liga das Nações, mas há muitos momentos bons, de caminhos largos, muitas vitórias sofridas. Prefiro dizer que o jogo mais importante é o próximo não deixando de fora os momentos bonitos que vivi, pessoalmente e com as glórias que passámos pela Seleção. Serei o primeiro na história a chegar aos 200 jogos, deixa-me muito feliz. Foi algo em que nunca pensei”, comentou.
“Significa muito. Desde o primeiro dia em que fui internacional que consegui cumprir um sonho. Vou ficar cá enquanto achar que devo, eu, o treinador e o presidente, e nunca abdicarei de cá vir porque para mim é sempre um sonho jogar pela nossa Seleção. Fazer 200 internacionalizações não é para qualquer um e isso demonstra o amor que tenho pelo País e pela Seleção, não é coincidência. Fico muito feliz por isso, quero continuar a jogar, a dar alegrias às minhas famílias, amigos e portugueses. Tem sido uma caminhada longa e que não terminará em breve, espero eu. Estou muito feliz e espero que Portugal possa ganhar, com ou sem golos do Cristiano, e que Portugal continue o caminho para o Europeu”, prosseguiu o número 7.
“Nervoso fico sempre, quando ouço o hino fico sempre. Não é a mesma coisa do que das primeiras vezes mas ainda continuo a sentir e isso é bom, é sinal da responsabilidade, do orgulho, da motivação. Representar a Seleção é o auge da carreira. Se espero fazer mais? Óbvio, por isso é que estou aqui e continuo a minha caminhada. Quero continuar a viver o momento. Continuo bem, a ajudar, a fazer golos, a sentir-me motivado com boas exibições. Enquanto sentir isso, enquanto sentir que todos os que estão ao meu lado gostam da minha presença, da minha participação e da minha liderança, não abdicarei do meu lugar na Seleção. Como dizia o Bruno Alves, não vou dar o meu lugar grátis. Sentir-me útil e uma mais valia neste grupo é um orgulho e uma motivação”, salientou ainda a esse propósito o avançado de 38 anos do Al Nassr.
Passando ao lado das “nódoas negras” que os responsáveis da Islândia abordarem antes de homenagearem também CR7 pela 200.ª internacionalização, o português falou num “marco importante”. “Nunca pensei alcançar esse registo mas tenho muitas mais internacionalizações para fazer. É um número redondo, bonito, que mais ninguém tem”, frisou, antes de comparar também as alterações entre o jogo 1 e 200.
Ronaldo, o golo 700 e os recordes: “Vêm naturalmente. Não os busco, eles é que me buscam a mim”
“Vamos mudando com o tempo. A maneira de ser não mas percebemos o jogo de uma maneira diferente, temos outra experiência. No início é um momento de inocência, de ilusão, de descoberta, agora há outros fatores mais importantes por ser capitão de uma geração de jogadores jovens, tentar ser um exemplo que se é de uma maneira natural mas ao longo da vida temos de mudar. São experiências e vivências que temos de passar no futebol. Sinto que ainda sou uma grande valia à Seleção, não só em campo mas também fora, e quero continuar, sinto que ainda tenho muito para dar. O momento é bom, para continuar”, concluiu.