Os deputados britânicos aprovaram esta segunda-feira  o relatório que conclui que o ex-primeiro-ministro Boris Johnson mentiu ao Parlamento, no caso das festas em Downing Street durante os confinamentos da pandemia, aplicando as sanções previstas ao ex-líder conservador.

Com a aprovação do relatório, os deputados aceitaram as sanções previstas, incluindo a proibição de acesso ao Parlamento ao ex-líder conservador, uma condição que é concedida aos antigos chefes de governo.

O relatório foi validado por 354 deputados, sendo que apenas sete votaram contra, mas muitos deputados, principalmente conservadores, abstiveram-se.

“É importante mostrar à população que não existe uma regra para eles e outra para nós”, destacou a deputada do Partido Conservador Theresa May, antecessora de Johnson como primeiro-ministro.

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Na abertura do debate de cinco horas, a líder da Câmara dos Comuns, Penny Mordaunt, também conservadora e que votou a favor, pediu aos deputados para fazerem o que “consideram correto”.

Um punhado de aliados de Johnson manifestou-se em defesa do ex-líder, como a deputada Lia Nici, que sublinhou não encontrar “evidências de que Boris Johnson enganou o Parlamento de forma consciente, intencional ou imprudente”.

Na quinta-feira, uma comissão de inquérito do parlamento britânico tinha concluído que o ex-primeiro-ministro Boris Johnson mentiu deliberadamente aos deputados sobre o caso das festas em Downing Street.

O antigo líder conservador, de 59 anos, foi notificado há duas semanas das conclusões condenatórias da investigação de 14 meses sobre as festas na residência oficial de Downing Street, Londres, durante os confinamentos impostos durante a pandemia de Covid-19 em 2020 e 2021.

Após ter tido conhecimento das conclusões, Boris Johnson demitiu-se do cargo de deputado.

Numa reação às conclusões da comissão na quinta-feira, o antigo primeiro-ministro britânico Boris Johnson disse estar a ser alvo de “assassinato político”.

Um ano depois de se ter demitido de Downing Street, onde se manteve como chefe do Executivo durante três anos, Boris Johnson vê impedido o regresso a cargos de poder apesar de se aguardar a possível candidatura às eleições gerais do próximo ano.

Segundo a análise da agência France-Presse (AFP), o caso reacendeu guerras internas no Partido Conservador, no poder há 13 anos, sendo que Boris Johnson ainda mantém aliados influentes e poder entre as bases partidárias por ter obtido uma vitória histórica nas eleições gerais de 2019.

Apenas dois deputados conservadores seguiram o exemplo de Johnson e demitiram-se dos cargos no Parlamento no início do mês.

Na altura, o Partido Conservador temeu uma onda de saídas e demissões que podiam enfraquecer o Governo de Rishi Sunak.