O grupo Wagner suspendeu as movimentações da rebelião que se dirigia para Moscovo e que tinha como principal objetivo as saídas do ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, e do comandante das tropas russas, Valery Gerasimov. Num áudio divulgado no Telegram, Yevgeny Prigozhin justificou a decisão com o risco de “sangue ser derramado” durante a operação.
“Em 24 horas avançámos 200 quilómetros em direção a Moscovo e durante este tempo não foi derramada uma única gota de sangue. Agora, chegou o momento em que realmente pode ser derramado sangue. Para [o] evitar estamos a virar as nossas colunas e a regressar em direção aos nossos acampamentos, conforme o plano”, afirmou o líder do exército privado.
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A decisão foi anunciada inicialmente pelo Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que falou com Prigozhin e negociou a suspensão da insurreição militar que estava a ser levada a cabo pelos mercenários russos. “Yevgeny Prigozhin aceitou a proposta de parar as movimentações dos homens armados do grupo Wagner e tomar medidas para reduzir as tensões”, noticiou o canal não oficial da Presidência bielorrussa no Telegram.
Durante o processo, o Presidente da Bielorrússia falou ao telefone com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, sobre os contornos das negociações e as três exigências que os Wagner apresentaram para recuarem: o encerramento do caso aberto pela procuradora-geral russa contra Prigozhin (que podia levar o líder do grupo a ser condenado até 20 anos de prisão); a imunidade legal aos combatentes do grupo que estiveram a combater na Ucrânia e a discussão da situação do grupo por parte do Parlamento da Rússia.