A economia portuguesa deverá crescer 2,5% em 2023, segundo o primeiro barómetro mensal sobre conjuntura económica, realizado pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal e pelo ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão.

“Com base na informação parcial disponível, admite-se como mais provável que o crescimento homólogo no 2.º trimestre se mantenha ao nível do registado no 1.º trimestre, a que corresponde um crescimento em cadeia relativamente reduzido, mas ao nível do registado na segunda metade do ano anterior”, pode ler-se no documento divulgado esta segunda-feira.

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As expectativas para o 2.º trimestre “permitem consolidar a previsão de um crescimento anual para 2023 entre 2,1% e 2,9%, centrada em 2,5%”, avança o barómetro. A previsão da CIP e do ISEG para 2023 fica acima da prevista pelo Governo no Programa de Estabilidade (1,8%), sendo porém inferior à avançada pelo Banco de Portugal (2,7%).

Este é o primeiro barómetro da conjuntura que resulta de um protocolo entre a CIP e o ISEG, que inclui indicadores de clima económico, indicadores de confiança por setores e dos consumidores, índice de produção industrial, volume de negócios nos serviços e comércio a retalho e a evolução do indicador de tendência e expectativas para o trimestre seguinte.

No barómetro mensal, relativo a maio, a CIP e o ISEG destacam a quebra dos indicadores de confiança de todos os setores e a redução do índice de produção industrial, o que, sublinham, “fundamenta os receios sobre a evolução económica portuguesa”.

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“Com a inflação em desaceleração, o maior fator de risco negativo para Portugal parece ser o arrefecimento do crescimento na Alemanha e na Área Euro e a duração desse arrefecimento”, indicam. Porém, acrescentam: “O crescimento do investimento até ao final do ano poderá contribuir para um crescimento mais elevado em Portugal”.

Em comunicado, o presidente da CIP, Armindo Monteiro, realça que o barómetro tem como objetivo “recolher informação concreta sobre a economia” para permitir que “os decisores económicos e políticos” encontrem no documento “uma base cientificamente robusta para tomar decisões e antecipar tendências e problemas”.

João Duque, professor catedrático de Finanças e presidente do ISEG, sublinha que a parceria com a CIP “vem permitir alargar o âmbito desta informação sobre o pulsar da conjuntura económica, orientando-a ainda mais para o interesse dos decisores económicos, mas mantendo o mesmo rigor científico”.