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Os mercenários do Grupo Wagner vão continuar as suas operações no Mali e na República Centro-Africana, confirmou esta segunda-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, em entrevista ao canal russo RT.
Na entrevista, Lavrov explicou que os elementos do Grupo Wagner estão naqueles dois países africanos “como instrutores” e que “este trabalho vai, obviamente, continuar” — apesar de os mercenários do Grupo Wagner, liderados por Yevgeny Prigozhin, terem lançado uma rebelião armada contra Moscovo na sexta-feira, que terminou após negociações com o Kremlin.
Os mercenários do Grupo Wagner estão presentes em vários países africanos, servindo como braço armado da ofensiva diplomática russa para fazer aliados em África — ajudando vários regimes com pouca capacidade armada a combater inimigos em guerras internas.
O Grupo Wagner já foi acusado pela ONU de ter estado por trás de massacres com centenas de vítimas no Mali.
Na entrevista à RT, Lavrov procurou dissipar os relatos de alegado “pânico” nos países onde o Grupo Wagner está presente.
O ministro russo disse ter lido nos media americanos que “os líderes de países africanos, particularmente na República Centro-Africana, foram tomados pelo pânico depois dos acontecimentos de sábado, relativamente à possível cessação da atividade da empresa militar privada Wagner em África”.
Lavrov disse que os relatos vinham de meios de comunicação marcados pela ideologia ocidental anti-russa — embora não tenha especificado quais os meios onde esta informação foi veiculada.
O ministro confirmou que a República Centro-Africana e o Mali são dois dos países cujos governos solicitaram o apoio de uma empresa militar privada — o Grupo Wagner — numa altura em que tinham sido “abandonados” pelas forças europeias que os ajudavam a lidar com “forças terroristas”.
“Além das relações com esta empresa militar privada, os governos da República Centro-Africana e do Mali têm contactos oficiais através do seu governo com o nosso governo. A seu pedido, várias centenas de militares estão a trabalhar, por exemplo, na República Centro-Africana como instrutores. Este trabalho vai, obviamente, continuar”, garantiu.