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Vladimir Putin subiu a parada na retórica belicista contra a NATO. Esta sexta-feira, numa reunião do Conselho de Segurança da Rússia, o Presidente russo ameaçou diretamente a Polónia, dizendo que a zona ocidental do país foi uma oferta de Estaline e que Moscovo fará questão de reavivar a memória polaca. “Eles em Varsóvia esqueceram-se disso, e nós vamos lembrá-los“, afirmou.

Além disso, o Presidente russo deixou claro que um ataque à vizinha Bielorrússia será encarado pelo Kremlin como uma agressão à Rússia, depois de Varsóvia ter anunciado o envio de unidades militares para a fronteira com aquele país. A decisão da Polónia surgiu no seguimento dos exercícios que têm sido levados a cabo pelos mercenários do grupo Wagner perto da fronteira, deixando em alerta a Polónia e os seus aliados.

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Eis um resumo dos principais acontecimentos de mais um dia da invasão:

O que se passou durante a noite?

  • A Rússia deve ter o direito de inspecionar as embarcações do Mar Negro com destino até à Ucrânia, defendeu o ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros russo;
  • A ONU considerou “muito preocupante” a utilização pelo Exército ucraniano de bombas de fragmentação fornecidas pelos Estados Unidos e considerou que não deveriam ser utilizadas;
  • Os EUA deverão começar a treinar pilotos ucranianos em aviões de combate F-16 “nas próximas semanas”, confirmou hoje o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan;
  • Sullivan referiu ainda que Washington acredita que o grupo Wagner não se encontra a combater na Ucrânia;
  • A Bulgária vai enviar para a Ucrânia uma centena de veículos blindados de transporte de militares, noticia a AFP.

O que se passou durante a tarde?

  • Uma nova vaga de bombardeamentos russos em vários pontos do território ucraniano provocaram a morte de pelo menos 8 pessoas, de acordo com as autoridades regionais. O Presidente ucraniano prometeu “responder” aos ataques;
  • Volodymyr Zelensky, afirmou que “a Ucrânia mantém sob estrita vigilância as atividades dos mercenários na Bielorrússia”, referindo-se aos mais de dois mil membros do grupo Wagner;
  • O Presidente ucraniano revelou ter falado ao telefone com o homólogo turco, no sentido de “consertar esforços” para reavivar o acordo dos cereais do Mar Negro.
  • Desde que a Rússia suspendeu a iniciativa dos cereais, na segunda-feira, o número de embarcações na região a transportar cereais ucranianos diminuiu em 35% desde a última semana e os preços dispararam, diz um novo relatório;
  • O representante ucraniano no Conselho de Segurança da ONU disse que a suspensão russa do acordo dos cereais mais não é do que uma tentativa de “enriquecer à custa da fome de milhões de pessoas em todo o mundo”;
  • A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu hoje o plano de paz do líder ucraniano, Volodymyr Zelensky como “ponto de partida para qualquer negociação” na Ucrânia, e elogiou Kiev no caminho de adesão à União Europeia;
  • A União Europeia (UE) mostrou “abertura” para trabalhar com as Nações Unidas (ONU) num enquadramento que permita o reavivar do acordo dos cereais, disse hoje o embaixador de Bruxelas na ONU;
  • Igor Girkin, ex-agente do Serviço Federal de Segurança (FSB) russo, pode enfrentar até 5 anos de prisão por incitar atividades extremistas;
  • A Turquia está a trabalhar para evitar os efeitos negativos do fim do acordo de cereais do Mar Negro, terminado, esta semana, de forma unilateral pela Rússia;
  • Os serviços de informações do Ministério da Defesa britânico afirmaram hoje que cerca de 20 mil mercenários do Grupo Wagner foram mortos em combate desde o início da invasão;
  • O nacionalista russo Igor Girkin, ex-agente o Serviço Federal de Segurança (FSB) e que se tornou num crítico de Putin, foi detido pelas autoridades russas, denunciou a sua mulher nas redes sociais;
  • O Alto Comissariado para as Migrações (ACM) refutou hoje acusações da Associação dos Ucranianos em Portugal de que o ACM continua a ter forte apoio de “fundações e agências de propaganda russa”.

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O que se passou durante a manhã?

  • A quarta noite de ataques russos a Odessa atingiu armazéns de cereais perto da cidade portuária e provocou dois feridos, afirmaram as Forças Armadas da Ucrânia;
  • O ministro ucraniano da Cultura, Oleksander Tkachenko, apresentou a demissão do cargo após uma série de “desentendimentos” com o Presidente Volodimir Zelensky relacionados com orçamentos e postura política;
  • Kiev anunciou ainda a saída imediata do embaixador no Reino Unido, Vadym Prystaiko que, recentemente, criticou publicamente Volodymyr Zelensky pelos seus comentários sobre o ministro da Defesa britânico;
  • A Polónia vai enviar as suas tropas para a frente leste como resposta ao treino dos combatentes do grupo Wagner na Bielorrússia;
  • O diretor da CIA descreveu Vladimir Putin como “o mais perfeito apóstolo da vingança” e manifestou a sua crença de que, mais cedo ou mais tarde, tentará vingar-se do líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin.

Zelensky despede embaixador ucraniano no Reino Unido (que o criticou publicamente)