A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, acusou este sábado o Governo de não ter preparado atempadamente a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) o que “agrava” os seus custos e diminuiu a sua transparência.
“Agora falamos de pequenas decisões, mas nós alertamos atempadamente para a falta de preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que traria em cima da hora custos mais agravados e muito menor transparência”, apontou.
Mariana Mortágua falava aos jornalistas à margem do painel que foi apresentar aos jovens do BE que se encontram no “Acampamento da Liberdade”, até dia 31 de julho, em São Gião, Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra.
No seu entender, quando os processos “são preparados com tempo é possível haver concursos públicos, é possível preparar as jornadas, é possível preparar a sua segurança”. “O Governo não preparou a JMJ e o que tem feito é, por um lado, ajustes diretos e contratações e decisões financeiras em cima da hora que saem muito mais caras e que são muito menos transparentes”, acusou.
Por outro, continuou, o Governo “tem gerido os trabalhadores do Estado, que garantem a segurança da própria JMJ, sejam eles bombeiros, polícia, médicos, empresas de transporte com maior autoritarismo”.
Ou seja, continuou, “impedindo-os de tirar férias, deslocando-os contra a sua vontade de uma parte do país para a outra” e, por isso, afirmou que o BE tem “criticado esta forma de gerir a organização” da JMJ. “E tudo isto deriva do mesmo problema: falta de preparação do Governo”, acusou.
Ainda assim, Mariana Mortágua defendeu que “até prova em contrário, é assumir que estão garantidas todas as condições de segurança” para a realização da JMJ, que decorrem em Lisboa até dia 6 de agosto.
Mariana Mortágua lembrou que num dos últimos encontros com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lhe transmitiu “esta preocupação” de “saber se há recursos suficientes” para a JMJ e “para garantir a proteção de todo o país”.
Isto, “num período que é sempre particular, não só pelo risco de incêndios, mas também de grande pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“A resposta do Governo é que todos esses riscos estão acautelados e cabe-nos a nós ter tranquilidade e acreditar essa resposta e não ter uma atitude alarmista, acho que não é responsável fazer de outra forma”, assumiu.