O líder da oposição russa foi condenado esta sexta-feira a 19 anos de prisão por apoiar o extremismo, noticiam as agências de notícias internacionais.

Os procuradores russos tinham pedido uma pena de 20 anos de prisão por crimes que incluem o financiamento de atividade extremista, o incitamento de atividades extremistas, criação de uma organização não governamental (ONG) que violava os direitos dos cidadãos e “a reabilitação da ideologia nazi”.

Nas alegações finais, Alexey Navalny, que estava a ser julgado desde junho à porta fechada, criticou a invasão da Ucrânia, afirmando que a Rússia está mergulhada numa piscina de “lama ou sangue”. “Em seu redor, jazem dezenas de milhares de pessoas mortas na guerra mais estúpida e sem sentido do século XXI”, declarou.

Navalny cumpre atualmente uma pena de prisão de nove anos por peculato e outros crimes numa prisão de segurança máxima na Rússia.

Navalny reage a condenação: “Sei que estou a cumprir uma pena perpétua”

Horas depois da condenação, foi publicada na conta no X (anterior Twitter) de Navalny uma mensagem do dissidente russo.

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Na nota, o líder da oposição russa afirmou que “o número de anos não interessa”, uma vez que, enquanto “preso político”, sabe que está a cumprir “uma pena de prisão perpétua” que só terminará de dois modos: com a sua morte ou com “o fim da vida do regime” russo.

O opositor de Putin acrescentou que a pena não é para si, mas para a população russa que está a ser intimidada e expropriada da vontade de resistir e a abrir mão do próprio país para os “ladrões” que o tomaram de assalto. Navalny terminou com um apelo: “Não percam a vontade de resistir”.

Reino Unido exige libertação de líder da oposição

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido reagiu à sentença, exigindo a libertação do líder da oposição russa. No X, James Cleverly condenou a sentença e declarou que “este abuso mostra o desrespeito total da Rússia pelos mais básicos direitos humanos”, terminando com um apelo à libertação de Navalny.