Um total de 41 pessoas morreram num novo naufrágio registado nas últimas horas ao largo da ilha italiana de Lampedusa, no sul da Itália, segundo testemunhos de quatro sobreviventes resgatados por uma patrulha da guarda costeira.
Os resgatados, que se encontram em estado de choque, explicaram às autoridades que o barco tinha saído de Sfax, na Tunísia, e que, após cerca de seis horas de navegação, virou devido a uma grande onda e as pessoas, entre as quais três crianças, caíram ao mar, relatam os media locais.
Os desembarques não param em Lampedusa, em cujo centro de acolhimento, com capacidade para 300 pessoas, se aglomeram mais de 1.500, depois de iniciada a transferência de migrantes da ilha para a península italiana.
Segundo as mais recentes estatísticas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), desde o início de 2023, mais de 87.000 migrantes desembarcaram ilegalmente em Itália, principalmente em embarcações provenientes da Tunísia, tendo muitos outros chegado a solo italiano a partir da Líbia.
Itália pede a ONG que resgate dezenas de migrantes em perigo no Mediterrâneo
O Mediterrâneo Central, entre o norte de África e Itália, é a rota migratória mais perigosa do mundo, com mais de 20.000 mortes desde 2014, de acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Migrações: Deserto do Norte de África é hoje “o maior cemitério”