A família de Daniel Sancho Bronchalo, o espanhol detido há uma semana numa prisão na Tailândia depois de ter confessado que matou e desmembrou o companheiro enquanto os dois passavam férias, voltou a falar sobre o crime chocante.
Num breve comunicado, os familiares do alegado homicida reiteraram que não falarão sobre o processo para “não interferir na investigação” e expressaram condolências à família de Edwin Arteaga, o cirurgião de 44 anos morto por Bronchalo.
Agradecemos o interesse da imprensa, mas não podemos fazer quaisquer declarações neste momento para não interferir na investigação e para respeitar o momento doloroso que ambas as famílias estão a passar nesta situação terrível que tivemos de viver”, afirmou o representante da família num breve vídeo enviado à agência espanhola EFE.
Por outro lado, a família de Bronchalo, que é filho de Rodolfo Sancho, um conhecido ator espanhol, não esqueceu a família da vítima, a quem expressou votos de pesar. “Lamentamos muito a morte de Edwin e acompanhamos a sua família na sua dor”, refere o comunicado.
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Na Colômbia, terra-natal de Arteaga, familiares e amigos celebraram uma missa para assinalar a morte do cirurgião. A cerimónia decorreu no município de Monteria, em Córodoba.
Entretanto, as autoridades tailandesas prosseguem com a investigação para apurar o que ainda falta saber sobre o crime macabro. Partes do corpo de Arteaga continuam desaparecidas e as autoridades encontraram 80 mil dólares em dinheiro vivo no quarto de hotel onde o crime aconteceu e que Edwin Arteaga terá levado consigo para a ilha do Ko Pha Ngan, refere o ABC.
A polícia tenta agora perceber se este valor está de algum modo ligado ao crime ou ao relacionamento entre Arteaga e o chef espanhol, 29 anos. Segundo a irmã da vítima, Darlin Arrieta (que falou com Daniel Bronchalo na noite do crime) o dinheiro era para ser investido no negócio de cirurgia de Arteaga. “Ia de férias e ia também comprar um aparelho de cirurgia”, afirmou em declarações à televisão espanhola.
Na prisão de Koh Samui (ilha vizinha daquela onde o crime foi cometido) continua Daniel Sancho Bronchalo. O espanhol estará a terminar um período de 10 dias de quarentena, estabelecida durante a pandemia. De acordo com o El Mundo, o estabelecimento alberga cerca de 700 prisioneiros, divididos em celas partilhadas com pouco mais de 4,5 metros quadrados.
A estratégia de defesa dos advogados do espanhol deve agora passar por tentar um pedido de extradição para ser julgado no seu país — um processo complexo, uma vez que a Tailândia não tem acordos de extradição com Espanha. No entanto, caso venha a ser condenado (o que se afigura provável) Bronchalo terá uma opção à sua disposição: um acordo firmado entre os dois países em 1987, que permite a reclusos espanhóis pedirem a transferência para Espanha depois de cumprirem quatro anos de pena.
Filho de conhecido ator espanhol detido na Tailândia por matar e desmembrar amigo com quem viajava