Alegados hackers da Coreia do Norte tentaram atacar o pessoal sul-coreano que trabalha nas manobras militares conjuntas entre Seul e os Estados Unidos, que devem começar na segunda-feira, disse este domingo a polícia da Coreia do Sul.

Desde abril de 2022 que os hackers, suspeitos de pertencerem ao grupo norte-coreano Kimsuky, têm vindo a lançar “ataques maliciosos por e-mail” contra funcionários do centro conjunto de simulação de guerra, avançou a polícia da região de Gyeonggi Nambu, num comunicado.

A Coreia do Sul e os Estados Unidos devem lançar na segunda-feira exercícios militares conjuntos programados para durar até 31 de agosto, chamados de Ulchi Freedom Shield, diante das ameaças da Coreia do Norte.

A investigação policial confirma que um grupo de hackers norte-coreanos é responsável pelo ataque“, referiu o comunicado. Embora o grupo tenha conseguido, em janeiro, obter o controlo da conta de email de um dos trabalhadores, a polícia garante que nenhum dado militar foi roubado.

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Uma investigação conjunta da polícia sul-coreana e dos militares dos EUA rastreou o endereço usado pelos hackers, identificado em 2014 durante um ataque ao operador de um reator nuclear na Coreia do Sul.

O ataque de 2014 foi atribuído ao grupo Kimsuky, que usa phishing, uma técnica em que são enviados enviar anexos com software maliciosos em e-mails aparentemente inofensivos para tentar roubar informações às vítimas.

A Agência de Segurança Cibernética e das Infraestrutura dos EUA disse em 2020 que o Kimsuky é “provavelmente encarregado pelo regime norte-coreano de [realizar] missões de inteligência global”.

O grupo, que parece estar ativo desde 2012, tem como alvo indivíduos e organizações na Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos, e concentra-se em questões de política externa e segurança nacional ligadas à península coreana, política nuclear e sanções internacionais, explicou a agência federal norte-americana.