O PAN acusou a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de desvalorizar o caso que envolve o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e uma jogadora da seleção de Espanha e quer que o Governo se pronuncie.

Num requerimento dirigido ao presidente da Assembleia da República, bem como à ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, o Partido Pessoas-Animais-Natureza começa por dizer que este sábado se celebra o Dia Internacional da Igualdade Feminina, data que pretende celebrar as conquistas das mulheres, “mas não existe qualquer dúvida que existe ainda um longo caminho a percorrer até à efetiva igualdade”.

Depois, aludindo à polémica que tem marcado o mundo do futebol feminino, sobretudo em Espanha, o PAN exige que o Governo se pronuncie sobre “a desvalorização”, como escreve no requerimento, da FPF ao caso.

“Qual a posição do Governo face à desvalorização por parte da FPF ao caso de assédio que envolve o presidente da RFEF, Luis Rubiales, e a jogadora espanhola Jenni Hermoso?” – pergunta o PAN.

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Para o PAN é “grave” a “ausência de posição de condenação” por parte a federação portuguesa, querendo este partido que o Ministério diga que medidas pretende tomar para “garantir que casos semelhantes sejam tratados com a devida seriedade pelas organizações desportivas portuguesas”.

Recordando que Portugal e Espanha são candidatos, em conjunto com Marrocos, à organização do Mundial de Futebol de 2030, o PAN pergunta à tutela como esta assegurará que a FPF “representará devidamente os valores de igualdade de género”.

Na base desta polémica está o episódio que envolve Luis Rubiales e Jenni Hermoso.

O presidente da federação espanhola beijou na boca a jogadora internacional após a conquista do título de campeãs do Mundo pela seleção espanhola.

Várias personalidades, atletas e associações ligadas ao futebol exigiram a demissão de Rubiales que anunciou que não se vai demitir.

O secretário de Estado e presidente do Conselho Superior do Desporto de Espanha, Victor Francos, apresentou queixa contra Rubiales no Tribunal administrativo e disse que para o governo é claro o divórcio com a atual presidência da Federação.

Na sexta-feira, Jenni Hermoso desmentiu a versão dada pelo presidente RFEF, assegurando que “em nenhum momento” consentiu o beijo que recebeu na boca, e, juntamente com as campeãs do Mundo, anunciou que recusa ser convocada.

Na quinta-feira, questionada pela Lusa, fonte oficial da FPF desvalorizou o impacto da polémica na candidatura conjunta que envolve Portugal, Espanha, Ucrânia e Marrocos.

“A candidatura ao Mundial2030 é um projeto que está acima de quaisquer pessoas ou cargos”, disse a mesma fonte.