O exército da Somália disse no domingo ter matado cerca de 150 membros do grupo fundamentalista islâmico Al Shabab, após uma operação militar realizada na região de Mudug, no centro do país.
A operação atingiu o objetivo pretendido, uma vez que os rebeldes foram mortos enquanto se encontravam num campo de treino na zona de Domi, ao sul da província de Mudug”, garantiram fontes militares, citadas pela agência de notícias somali SONNA.
A operação faz parte de uma ofensiva do exército da Somália contra o Al Shabab, grupo ligado à Al Qaeda, uma ofensiva cujo nível tem vindo a aumentar nos últimos meses com o apoio de clãs e milícias locais.
Na sexta-feira, pelo menos 30 membros do grupo extremista islâmico foram mortos no sul da Somália durante um novo confronto entre a organização e o exército somali.
Eliminámos mais de 30 militantes do Al Shabab numa operação no distrito de Qoryoley, depois de o grupo ter tentado lançar um ataque na zona”, disse no sábado o Ministério da Informação, em comunicado, numa contraofensiva que envolveu também “parceiros internacionais” do exército somali.
O ministério somali congratulou-se com o facto de os combates, que duraram mais de uma hora, terem conseguido expulsar os jihadistas da zona, permitindo que os civis continuassem as suas atividades, embora fontes médicas, que pediram o anonimato, terem lamentado nos meios de comunicação locais a morte de vários civis.
Apesar dos recentes sucessos do exército da Somália contra o Al Shabab, o grupo conseguiu tomar o controlo da cidade de Wabho, também no centro do país, na passada terça-feira.
A contraofensiva militar da Somália depois de o grupo terrorista ter alegadamente matado pelo menos dezenas de soldados na região de Galgadud, a 26 de agosto, obrigando o exército a retirar de várias zonas estratégicas.
O Al Shabab afirmou então ter matado 178 soldados, o que foi desmentido pelo Presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud.
Mohamud anunciou em agosto de 2022 uma “guerra total” contra o Al Shabab e, desde então, o exército somali tem levado a cabo ofensivas pesadas contra os terroristas, por vezes com a colaboração de militares norte-americanos.
Mesmo assim, continuam a ser frequentes os atentados na Somália perpetrados pelo grupo, afiliado desde 2012 à Al Qaeda, que pretende derrubar o governo central e instaurar um Estado islâmico ultraconservador.
Embora as autoridades tenham retomado o controlo de muitas áreas no último ano, o Al Shabab continua a controlar as regiões rurais do centro e do sul da Somália, atacando também países vizinhos como o Quénia e a Etiópia.
A Somália vive num estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um governo efetivo e nas mãos de milícias islamitas e senhores da guerra.