As fábricas de automóveis são umas enormes e complexas máquinas de produzir carros. Mas, para funcionarem correctamente e a grande ritmo, necessitam de um generoso investimento inicial, além de operários e peças, a maioria das quais é assegurada por fornecedores, por vezes localizados a milhares de quilómetros de distância. A Autoeuropa, localizada em Palmela, Setúbal, vai interromper a produção a partir de Setembro e durante várias semanas, devido à falta de alguns componentes vindos da Eslovénia, a braços com as cheias de Agosto. Acontece que o problema que a Toyota enfrentou foi ainda mais grave.
Não foi uma fábrica a encerrar, mas sim 14 as unidades fabris afectadas, todas elas localizadas no Japão. E tão pouco foi uma questão relacionada com limitações impostas por fornecedores, incapazes de colocar nas linhas de produção as peças necessárias. Para o construtor nipónico, que é folgadamente o maior do mundo, tudo se deveu a um erro num computador.
Autoeuropa suspende produção devido a falta de peças de fornecedor esloveno
Durante uma actualização de software, o computador que gere o sistema just in time da marca, que garante que os materiais chegam à linha de produção no momento em que devem ser introduzidos nos veículos que deles necessitam, sofreu um glitch. E este erro impediu o Toyota Production System, que a marca tão preza, de garantir os materiais para os dias seguintes. Além da Toyota, as restantes marcas do grupo, nomeadamente a Lexus, a Daihatsu e a Hino, também foram penalizadas.
O encerramento das 14 fábricas demorou apenas um dia. Mas, para um grupo que produz mais de 10 milhões de unidades por ano, essa inactividade temporária representa um prejuízo considerável, sobretudo numa fase em que a Toyota está a acelerar o ritmo de produção. Só as marcas com maior volume de produção, Toyota e Lexus, fabricam mais de 13.500 veículos por dia, o que, face ao preço médio, implica uma redução da facturação equivalente a 327 milhões de euros.