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Joaquim Miranda Sarmento, líder do grupo parlamentar do PSD, escolheu os deputados Miguel Santos e Jorge Paulo Oliveira como novos vices da bancada social-democrata — formalmente, os nomes terão ainda ser votados pelos pares, eleições que acontecem esta sexta-feira. António Proa será coordenador do PSD para a área da Defesa.

Segundo apurou o Observador, a informação foi transmitida aos deputados do PSD ao final da tarde desta terça-feira. As escolhas de Miguel Santos e Jorge Paulo Oliveira servem para suprir as saídas de Ricardo Baptista Leite, Luís Gomes e Joaquim Pinto Moreira, que eram vices da bancada e suspenderam os mandatos — os primeiros dois por motivos pessoais, o último por se ter visto envolvido na Operação Vórtex.

Miguel Santos foi deputado entre 2005 e 2019, com um interregno entre 2009 e 2011. Apoiante de Pedro Santana Lopes nas eleições contra Rui Rio, acabou por se incompatibilizar com o antecessor de Luís Montenegro. Ficaria fora da lista de deputados escolhida por Rio nas primeiras eleições legislativas a que o ex-presidente da Câmara do Porto se candidatou. Faria um caminho de aproximação e foi repescado pelo mesmo Rui Rio nas legislativas de 2022, eleito pelo círculo do Porto. Volta agora a ser vice-presidente da bancada do PSD depois de já ter ocupado o cargo durante a presidência de Pedro Passos Coelho.

Jorge Paulo Oliveira entrou pela primeira vez no Parlamento em 2005. Original de Famalicão, é vice-presidente daquela concelhia, uma das mais importantes estruturas do partido. Coordenava até aqui a área da Defesa no grupo parlamentar social-democrata. Para o substituir Miranda Sarmento escolheu António Prôa, eleito pelo círculo eleitoral de Lisboa — chegou a ser líder do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa.

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Na sexta-feira, os deputados sociais-democratas serão chamados a votar a nova direção social-democrata.  Em junho, quando Luís Gomes formalizou a vontade de deixar a vice-presidência da bancada (a terceira baixa de Miranda Sarmento), foram muitos os críticos do presidente do grupo parlamentar do PSD a exigirem uma renovação alargada, como contava aqui o Observador. Era mais um episódio de uma relação tensa entre presidente e grupo parlamentar.

No final de junho, e para calar os críticos de Miranda Sarmento, os homens de Montenegro diziam ao Observador que o líder da bancada social-democrata estava de pedra e cal. Nem isso impediria nova reunião já em julho, agora com críticas à forma como direção do partido e do grupo parlamentar reagiram à investigação do Ministério Público à gestão de Rui Rio. Ou seja: esta votação pode servir aos críticos internos de Miranda Sarmento e de Montenegro para darem mais um cartão amarelo à liderança.

Recorde-se que, quando foi a votos, Joaquim Miranda Sarmento foi eleito por 59,7%, com 46 votos a favor, 20 brancos, 10 nulos, o pior resultado desde Fernando Negrão, em 2018, como resultado do boicote da bancada passista a Rui Rio.