O filme “Mal Viver”, de João Canijo, é o candidato de Portugal a uma nomeação para os Óscares de 2024, revelou esta quinta-feira a Academia Portuguesa de Cinema.
“Mal Viver” foi o mais votado pelos membros da academia, entre quatro que estavam a votos: o díptico “Mal Viver” e “Viver Mal”,de Canijo, “Légua”, de Filipa Reis e João Miller Guerra, e “Nayola”, longa-metragem de animação de José Miguel Ribeiro.
O filme “Mal Viver” é, assim, o candidato de Portugal a uma nomeação ao Óscar de Melhor Filme Internacional da 96.ª edição dos prémios norte-americanos de cinema.
Produzido e distribuído pela Midas Filmes, “Mal Viver” e “Viver Mal” são duas ficções que se interligam, tendo como cenário um hotel gerido por uma família.
“Mal Viver” “é a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e o rancor, que a chegada inesperada de uma neta vem abalar, no tempo de um fim de semana”, lê-se na sinopse.
“Viver Mal” segue em paralelo aquela história, focando-se nos hóspedes que passam pelo hotel.
O elenco, predominantemente feminino, conta com Rita Blanco, Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, e ainda Nuno Lopes e Rafael Morais.
Os dois filmes estrearam-se no festival de Berlim, com João Canijo a receber o Urso de Prata do Prémio do Júri por “Mal Viver”.
Nos cinemas portugueses, este filme somou 16.457 espectadores. Para outubro está prevista a estreia dos dois filmes em França.
Nos Óscares, Portugal nunca teve um filme nomeado na categoria de Melhor Filme Internacional, anteriormente conhecida como Melhor Filme Estrangeiro, em língua não-inglesa. Este ano, o filme “Ice Merchants”, do realizador português João Gonzalez, esteve nomeado na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação.
Os nomeados para a 96.ª edição dos Óscares, os prémios de cinema dos Estados Unidos, são divulgados a 23 de janeiro de 2024 e a cerimónia está marcada para 10 de março, em Los Angeles, Califórnia.
Em declarações à Rádio Observador, João Canijo fala em “grande honra”, principalmente por se tratar de uma indicação feita pelos profissionais do setor. Depois de ter recebido um email do produtor a dar-lhe conta da novidade, o realizador confessa que “não podia estar mais contente”.
João Canijo: “Não podia estar mais contente com esta nomeação”
João Canijo diz que indicação para a nomeação ao Óscar “vale muito mais do que ter salas cheias”, na medida em que, entrega “segurança e confiança em relação ao financiamento dos próximos projetos” e facilita acordos de co-produção. Para além disso, esta indicação leva a crer que o filme seja reposto nas salas do país.
Próximo projeto chama-se “Encenação” e trata-se de uma ficção sobre os ensaios de uma peça de teatro. Realizador diz que novo filme vai contar com a participação das ” atrizes da família”, referindo-se a actrizes como Rita Blanco, Anabela Moreira ou Cleia Almeida, que têm marcado presença nas suas produções. João Canijo assume nem saber quando são conhecidos os nomeados para os Óscares mas confessa que vai “acreditar um bocadinho”.