“Há uma possibilidade elevada de que se produzam réplicas do terramoto [de Marrocos] durante meses”, acreditam os investigadores da Universidade de Granada e da Universidade de Jaén, citados pelo jornal El Mundo. A região é instável e os tremores de terra parecem vir tanto da falha a norte como da falha a sul da cordilheira Atlas, com primeiro sismo a ultrapassar a magnitude prevista para a região: chegou aos 6,8 na escala de Ritcher, quando as piores previsões apontavam para a 6,1 a 6,4.

Estamos preparados para um sismo como o de Marrocos? Há boas regras, mas também “disparates” — e falta fiscalização

Por baixo da cordilheira Atlas, e das falhas que deram origem ao primeiro sismo e às réplicas, existe um manto anómalo, quente e pouco denso. É sobre este manto que desliza a placa tectónica africana de encontro à placa euroasiática — como duas pranchas que chocam com os movimentos da água numa piscina. Quanto menos denso for o líquido onde assentam as placas, mais elas se movem à superfície.

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A placa africana está a rachar o país e mais uma dúzia de dúvidas sobre sismos

A placa africana e euroasiática empurram-se à milhões de anos e são responsáveis por sismos no norte de África e na península Ibérica. Estes movimentos tornam a cordilheira Atlas — que atravessa Marrocos, Argélia e Tunísia — mais alta à taxa de 0,1 milímetros por ano e o estreito de Gibraltar mais estreito a uma taxa de quatro a 25 milímetros por ano. A continuar assim, daqui a 25 milhões de anos Marrocos colidiu com a Andaluzia e o estreito de Gibraltar fechou.