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O marechal Khalifa Haftar, líder do leste líbio, chegou esta terça-feira à Rússia para analisar com autoridades russas a situação na Líbia e as relações bilaterais, anunciaram as Forças Armadas Árabes Líbias (LAAF), que lidera.
Segundo as LAAF, Haftar foi recebido pelo vice-ministro da Defesa da Rússia, Yunus-Bek Yevkurov, antigo dirigente da república russa da Inguchétia, de maioria muçulmana.
Ponto de situação. O que aconteceu durante o 580.º dia de guerra na Ucrânia?
“A evolução da situação na Líbia, as relações bilaterais e as formas de as desenvolver, bem como as questões de interesse comum” constam da ordem de trabalhos da visita do marechal Haftar, declararam as LAAF na sua página no Facebook.
Yevkurov visitou várias vezes o leste da Líbia para se encontrar com Haftar, tendo o último encontro ocorrido a 17 deste mês, na sede das LAAF, em Benghazi, alguns dias depois das inundações que deixaram milhares de mortos e desaparecidos no leste da Líbia. Há vários anos que a Rússia conduz uma ofensiva diplomática em África, com o objetivo de suplantar as potências ocidentais tradicionais.
Isolada na cena internacional e em busca de aliados, desde a invasão militar da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, a Rússia, sublinha a agência noticiosa France-Presse (AFP), “multiplicou por dez” estes esforços.
Moscovo mantém relações estreitas com o marechal Haftar, que recorreu a mercenários do grupo paramilitar russo Wagner na tentativa falhada de tomar a capital, Tripoli, entre abril de 2019 e junho de 2020.
A este fracasso seguiu-se, em outubro de 2020, um acordo de cessar-fogo, cujo cumprimento é supervisionado por uma comissão militar composta por cinco oficiais de cada parte.
Desde então, centenas de membros da Wagner permaneceram ativos no leste, na zona dos terminais petrolíferos, e no sul da Líbia, depois de algumas das suas tropas terem partido para o Mali ou para a Ucrânia para combater ao lado do exército russo.
A Líbia está dividida desde a queda de Muammar Kadhafi, em 2011, e é governada por duas administrações rivais: uma em Tripoli (oeste), chefiada por Abdel Hamid Dbeibah e reconhecida pela ONU, e outra no leste, representada pelo parlamento e afiliada ao campo de Khalifa Haftar.