Bruxelas está em alerta máximo por perigo de terrorismo, depois de duas pessoas de nacionalidade sueca terem sido mortas a tiro esta segunda-feira. O ataque, que aconteceu perto da Praça Sainctelette, no bairro de Molenbeek, levou ao cancelamento do jogo entre as seleções da Bélgica e da Suécia, que disputavam um jogo da fase de acesso ao Euro 2024. Marcelo Rebelo de Sousa, na cidade em visita de Estado, foi aconselhado a manter-se no hotel.
Quem são as vítimas
Tudo aconteceu pouco depois das 19h, escreve o Sudinfo. O jornal belga adianta que o atacante, um homem que usava um capacete e um colete laranja fluorescente, gritou “Allahu Akbar” (“Alá é Grande”, em português), antes de disparar com uma espingarda do tipo Kalashnikov. Disparou vários tiros, baleando mortalmente dois adeptos suecos — o primeiro-ministro belga confirmou no X (antigo Twitter) a sua nacionalidade. Fonte da polícia belga, que falou com a Associated Press sob a condição de anonimato, confirma que as duas vítimas estavam com camisolas da seleção de futebol da Suécia. O ataque fez também um ferido que, escreve a Reuters, é taxista.
Entretanto, o procurador federal belga Frédéric Van Leeuw confirmou que um dos mortos é sueco e que o outro é de origem sueca, mas também tinha bilhete de identidade suíço. A terceira vítima, gravemente ferida, também tem origem sueca.
Suspeito de ataque terrorista morreu depois de ser baleado e detido pela polícia belga
Quem é o suspeito
O alegado atirador foi esta manhã de terça-feira baleado no peito e detido pela polícia belga, tendo sofrido dois ataques cardíacos na ambulância que o levava ao hospital, acabando por morrer. Vários meios de comunicação social belgas escrevem que o suspeito poderá ser Abdeslam Lassoued, que partilhou um vídeo nas redes sociais sob o nome Slayem Slouma. Nas redes sociais, foram divulgads imagens do momento do ataque e nas quais é possível ver uma pessoa com uma arma de fogo a disparar no meio de uma rua. Enquanto várias pessoas fogem, o atirador entra num edifício e ouvem-se tiros.
De acordo com a emissora pública belga, a RTBF, o suspeito, de 45 anos e de origem tunisina, estava ilegalmente no país. Escreve o jornal belga Sudinfo que o alegado terrorista residia no bairro de Schaerbeek.
Há mais suspeitos
Esta terça-feira, o jornal Sudinfo diz que polícia está à procura de um segundo suspeito. “Não podemos confirmar que o autor agiu sozinho”, afirmou Annelies Verlinden, ministra Administração Interna, ao canal VTM Nieuws. De acordo com a governante belga, existe a possibilidade de haver “ramificações” ou cúmplices do ataque.
Autoridades assumem ataque de terrorismo
As autoridades investigam o incidente como um presumível “ato de terrorismo”. Bruxelas está sob o nível de alerta de segurança mais elevado, o nível 4, e o restante território belga sob o nível 3 de alerta. O primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, apelou à população de Bruxelas para evitar viagens desnecessárias enquanto as buscas continuam pelo atirador. “Estamos a acompanhar a situação e pedimos aos residentes de Bruxelas que se mantenham vigilantes”, declarou De Croo, que se reuniu com membros do Governo no centro nacional de crise. Também foi solicitado o encerramento de estações de metro próximas do local do crime.
O Ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, anunciou que foi dada ordem para reforçar os controlos fronteiriços com a Bélgica. Recorde-se que este ataque acontece três dias depois de um jovem checheno de 20 anos ter invadido uma escola francesa e assassinado um professor à facada, tendo também gritado “Allahu Akbar”.
Notícia atualizada às 11h13 do dia 17 de outubro