A presidente executiva (CEO) da Altice Portugal, Ana Figueiredo, vai abrir negociações com os sindicatos para o acordo coletivo de trabalho (ACT), e assegurou que a empresa está a colaborar com a justiça no processo que a envolve.

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice em Portugal (STPT) deu conta de uma reunião esta quinta-feira entre a gestora e as Estruturas de Representação Coletiva dos Trabalhadores (ERCT) da empresa, convocada pela Comissão Executiva.

O encontro teve como objetivo “reforçar os esclarecimentos já comunicados anteriormente sobre os graves acontecimentos que são do conhecimento público e que põem em causa a imagem da empresa e a tranquilidade dos trabalhadores”, indicaram, referindo-se à “Operação Picoas“, desencadeada em 13 de julho e que levou a várias detenções, entre as quais a do cofundador do grupo Altice, Armando Pereira, que se encontra em prisão domiciliária.

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A CEO reafirmou, segundo o sindicato, que “a Altice Portugal em todo este processo é vítima e não co-autora” e que é “uma empresa sólida”, indicando que “tem prestado toda a colaboração na investigação com as autoridades judiciais bem como no desenvolvimento da investigação interna e que até ao final do ano dará informação aos sindicatos dos resultados possíveis”.

A reunião desta quinta-feira serviu também para a abertura das negociações do ACT, marcadas para 8 de novembro, destacou a estrutura sindical.

No âmbito deste processo, o STPT destacou a discussão das “eventuais alterações que se mostrem necessárias implementar ao atual modelo de carreiras, tabela de remunerações mínimas, avaliação de desempenho e evolução profissional, visando negociar as respetivas propostas”, do teletrabalho, no âmbito da agenda do trabalho digno e “dos princípios e critérios a considerar em futuros processos de revisão salarial, baseados designadamente no desempenho operacional da empresa”.

O sindicato lembrou que, por sua iniciativa, “na última negociação do ACT estiveram bem presentes as matérias relacionadas com as carreiras profissionais e a remuneração salarial“, salientando que, nessa altura “quis negociar princípios e critérios que balizem a negociação do ACT e que, essencialmente, incluam os trabalhadores nos resultados operacionais do negócio”.

“É importante que a Comissão Executiva cumpra rapidamente com os seus compromissos negociais subscritos por todos os sindicatos, evitando a desmotivação dos trabalhadores no desenvolvimento do negócio da empresa”, rematou.