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O secretário-geral da ONU, António Guterres, está esta sexta-feira na passagem de Rafah, a única para Gaza que não está sob controlo de Israel, onde apelou ao envio imediato da ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.

Guterres declarou que a entrada da ajuda no enclave é “absolutamente essencial” e que esta “operação humanitária não é normal”, mas sim uma operação “urgente” para apoiar esta pessoas que estão “em estado de guerra”.

António Guterres está em Rafah para uma visita relâmpago. O secretário-geral da ONU chegou na quinta-feira ao Cairo, onde reuniu-se com as autoridades egípcias.

No sábado, irá participar numa cimeira internacional organizada pelo Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, para enfrentar a crise de violência na região, que teve início em 7 de outubro com o ataque terrorista do grupo islamita Hamas ao território israelita.

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Guterres fez esta sexta-feira um breve discurso em frente à passagem de Rafah, ainda encerrada e em reparação, e perante algumas dezenas de trabalhadores humanitários egípcios que aguardam a abertura da fronteira.

Guterres observou que a ONU está “a trabalhar para garantir que os camiões cheguem o mais rapidamente possível, com a maior quantidade de ajuda possível” à população necessitada, ao mesmo tempo que insistiu na necessidade “de resolver esta situação o mais rapidamente possível”.

É impossível estar aqui e não ficar com o coração partido. São dois milhões de pessoas a passar por dificuldades, sem comida, sem remédios. Necessitam de tudo. Deste lado, temos os camiões que tem tudo o que precisam. Estes camiões não são apenas caminhões, mas são aquilo que diferencia a vida da morte, precisamos passar a maior quantidade possível”, disse o secretário-geral da ONU.

O responsável português destacou que existe um acordo entre Israel, o Egito e a ONU para a entrada da ajuda, “com uma série de condições“, e destacou que a sua organização está a tentar “que os camiões de ajuda possam entrar todos os dias”.

Após o seu breve discurso, Guterres regressou ao aeroporto de Al-Arish, o mais próximo de Rafah e onde há dias chegam aviões com ajuda para Gaza.

Até ao momento, nenhuma ajuda humanitária chegou à Faixa de Gaza e inúmeros camiões esperam em Rafah para entrar no enclave palestiniano.

A ajuda humanitária internacional não chegará à Faixa de Gaza antes de sábado, avançou esta sexta-feira o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários e Coordenador da Ajuda de Emergência, Martin Griffiths.

Estamos em negociações extensas e avançadas com todas as partes envolvidas para garantir que uma operação de ajuda a Gaza comece o mais rápido possível”, disse Griffiths, citado por um porta-voz do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), em Genebra. “Uma primeira entrega deve começar amanhã [sábado] ou próximo disto”, referiu Griffiths.

Questionado durante a conferência de imprensa regular da ONU em Genebra, o porta-voz Jens Laerke explicou que não era capaz de ser mais preciso sobre a abertura da passagem de Rafah, na fronteira entre o Egito e Gaza, único ponto de entrada no território palestiniano que é não controlado por Israel.

Laerke reafirmou “a esperança de que as entregas possam começar o mais rápido possível, de uma forma segura, sustentável e que possam ser ampliadas”.

Martin Griffiths e o secretário-geral da ONU, António Guterres, estão no Egito para negociar os detalhes da entrada, especialmente com as autoridades egípcias.

Israel indicou que aceita a entrada de ajuda estritamente humanitária na Faixa de Gaza, mas ainda não respondeu ao pedido urgente da ONU e das organizações não-governamentais (ONG) para permitir também a entrada de combustível para os geradores de hospitais ou empresas de dessalinização e padarias.

Os comboios de ajuda humanitária — que esperam há dias na fronteira egípcia para entrarem na Faixa de Gaza, onde vivem 2,4 milhões de palestinianos — estão bloqueados em Rafah.

Na sexta-feira, foram removidos blocos de concreto colocados pelos egípcios após os bombardeamentos de Israel nesta fronteira com Gaza, disse esta sexta-feira uma fonte de segurança egípcia à agência de notícia AFP, parecendo indicar que a abertura é iminente

Mais de 1.400 pessoas foram mortas em território israelita num ataque realizado pelo movimento islamita Hamas em 7 de outubro.

Segundo o exército israelita, cerca de 1.500 combatentes do Hamas foram mortos na contraofensiva que permitiu a Israel recuperar o controlo das áreas atacadas.

Na Faixa de Gaza, mais de 3.700 palestinianos, a maioria civis, foram mortos nos bombardeamentos realizados pelo exército israelita, segundo o último balanço das autoridades locais.