No final da tarde deste domingo, uma multidão invadiu a pista do aeroporto de Makhachkala, no Daguestão, um território russo semi-autónomo de maioria muçulmana, depois de um avião com origem em Telavive da companhia russa Red Wings ter aterrado no local. Segundo a agência de notícias russa Tass, foram identificadas 150 pessoas envolvidas nos distúrbios, das quais 60 foram detidas.

O jornal israelita Haaretz partilhou no X, antigo Twitter, imagens da uma multidão enfurecida à procura das pessoas que estavam a bordo do voo proveniente de Israel. Entoavam gritos antissemitas enquanto invadiram várias zonas das pistas de aterragem, levando a autoridade russa da aviação civil a encerrar o aeroporto devido à presença de “invasores” nas pistas.

Noutro vídeo, não verificado, é possível ver aquilo que seria um dos passageiros do voo com origem em Telavive rodeado de pessoas que o interrogam em plena pista do aeroporto. O passaporte é-lhe retirado, ao mesmo tempo que o homem garante ser “uzbeque”, apesar de não saber falar a língua. Um dos homens da multidão grita-lhe que não vai a lado nenhum até que seja tomada uma decisão sobre o que fazer com ele.

Outros vídeos partilhados nas redes sociais mostram centenas de pessoas no interior do aeroporto com bandeiras e símbolos palestinianos. A multidão percorre os corredores do aeroporto, força a fechadura de portas trancadas e acede a locais que não seriam acessíveis aos passageiros, sempre em busca de mais passageiros com alegada origem israelita.

Zelensky reagiu a “vídeos aterradores” de invasão a aeroporto russo onde aterrou voo proveniente de Telavive

O presidente ucraniano reagiu quase de imediato aos “vídeos aterradores” de Makhachkala, na Rússia. No X, antigo Twitter, Zelensky garantiu que o incidente não é isolado, “mas sim parte da cultura russa generalizada de ódio contra outras nações, que é propagada pela televisão estatal, por especialistas e pelas autoridades”.

O líder ucraniano garante que “o antissemitismo russo e o ódio contra outras nações são sistémicos e estão profundamente enraizados” no povo russo.

A enviada especial dos EUA para o combate ao antissemitismo, Deborah Lipstadt, também utilizou o X para condenar os tumultos contra judeus e israelitas num aeroporto russo, apelando às autoridades para “garantirem a sua segurança”.

Assinalou que os EUA estão ao lado de Israel e de toda a comunidade judaica perante o “aumento do antisemitismo em todo o mundo” e assegurou que “não há desculpa para atacar judeus ou para a incitação antissemita em qualquer lugar”.

Atualizado às 8h53

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