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Passaram 614 dias desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e apenas um desde que uma multidão invadiu o aeroporto Makhachkala Uytash, no Daguestão (sul da Rússia), num protesto anti-Israel que deixou, pelo menos, 20 pessoas feridas e levou à detenção de outras 60.

O Presidente da Ucrânia condenou imediatamente a manifestação, dizendo que o incidente resultou “da cultura generalizada de ódio da Rússia contra outras nações”. “O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia fez uma série de comentários antissemitas no ano passado. O Presidente russo também usou insultos antissemitas”, escreveu o Presidente ucraniano, na rede social X, antigo Twitter, acrescentando que também o conflito no Médio Oriente resultou em “declarações antissemitas por parte de ideólogos russos”.

Ainda assim, tais declarações não pouparam o Kremlin de dizer que a invasão do aeroporto foi resultado de uma “influência externa”. “É bem conhecido e óbvio que os acontecimentos de ontem em torno do aeroporto de Makhachkala são em grande parte o resultado de interferência externa, incluindo a influência da informação”, disse o porta-voz, Dmitry Peskov, citado pela Reuters.

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Apesar de Peskov não ter especificado quem esteve na origem desta influência, o líder do Daguestão, Sergei Melikov, foi direto ao assunto: a Ucrânia. “Recebemos informações absolutamente fiáveis de que o canal ‘Dagestan Mornings’ é gerido e regulado a partir do território da Ucrânia”, afirmou Melikov, citado pela agência espanhola EFE.

O que aconteceu durante a noite?

  • A França está a preparar-se para deportar 39 cidadãos russos, por suspeita de visões islâmicas “radicais”, disse o ministro do Interior, Gérald Darmanin, em entrevista à rádio RMC. “Já fizemos a lista com os 39 cidadãos russos que estamos a monitorizar particularmente de ter perto devido a suspeitas de radicalização”, enunciou, citado pelo Moscow Times.
  • Os primeiros aviões F-16 fornecidos pelos Países Baixos à Ucrânia devem chegar à Roménia dentro de duas semanas, informou o primeiro-ministro, Mark Rutte.
  • A Moldávia suspendeu seis canais de televisão associados ao partido pró-russo Shor, ilegalizado, e ao oligarca fugitivo Vladimir Plahotniuc, além de bloquear outros 31 portais de Internet, a maioria deles controlados diretamente pela Rússia.
  • Na televisão russa, o Presidente Vladimir Putin acusou a Ucrânia e os “serviços especiais do Ocidente” de instigarem os ataques antissemitas ao aeroporto no Daguestão. “Os acontecimentos da noite passada foram instigados pelas redes sociais, não apenas pela Ucrânia, mas também pelas mãos de agentes dos serviços especiais do Ocidente“, disse, citado pelo TheTimesof Israel.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros, Oleh Nikolenko, rejeitou as acusações da Rússia sobre o suposto envolvimento de Kiev no motim anti-Israel no aeroporto do Daguestão, no sul da Rússia, noticiou o Kyiv Independent.

O que aconteceu durante a manhã e início da tarde?

  • A Rússia continua pronta para discutir o pós-conflito com a Ucrânia e a coexistência com o Ocidente como um todo “numa base realista”, disse o ministro da Defesa no mesmo fórum em Pequim.
  • O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, acusou os EUA de estarem a alimentar tensões geopolíticas, visando assegurar a sua “hegemonia”, e alertou para o risco de conflito entre grandes potências.
  • Numa reunião com o ministro da Defesa russo à margem do fórum de Defesa em Pequim, a vice-presidente da Comissão Militar Central da China, Zhang Youxia, afirmou que os dois países vão aprofundar a cooperação e a coordenação estratégicas e sublinhou a necessidade de a China melhorar os laços militares com os EUA.
  • A Comissão Europeia afirmou-se hoje pronta para avançar numa proposta relativa aos bens russos congelados na União Europeia (UE), visando usar tais verbas para apoiar a reconstrução da Ucrânia.
  • Uma mulher de 91 anos morreu durante a noite na sequência de bombardeamentos russos a zonas residenciais na região de Kherson, no sul da Ucrânia, avançaram as autoridades ucranianas citadas no The Guardian.