Alejo Vidal-Quadras, ex-vice presidente do Parlamento Europeu, que chegou a ser líder do Partido Popular (PP) na Catalunha e é fundador do Vox, foi baleado na rua em Madrid. Segundo a imprensa espanhola, Vidal-Quadras está consciente e estável, depois de ter sido levado para o hospital.

O político espanhol, que tem 78 anos, foi baleado com pelo menos um tiro, na cara, quando caminhava na rua Núñez de Balboa, no bairro de Salamanca, em Madrid.

Vila-Quadras foi atingido na zona na mandíbula, e a bala entrou e saiu. Depois de ter sido levado para o hospital, que informou em comunicado que a sua situação é considerada grave mas “estável”, e não corre “perigo de vida”. Com tem uma dupla fratura mandibular terá que ser submetido a uma cirurgia.

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O ex-deputado do PP catalão seguia sozinho na rua e quando ia entrar no carro foi interpelado por um homem, com um capacete, calças de ganga e casaco azul. Disparou contra ele a curta distância e fugiu a correr até voltar a subir para a moto, uma Yamaha preta, onde o esperava uma outra pessoa, seguindo depois em sentido proibido.

Vidal-Quadras suspeita de Teerão

O autor do disparo seguia de moto, com capacete, e a polícia considera que se trata de um profissional e que a ação foi planeada. Aliás, o próprio político comunicou à polícia que o Irão poderá estar por detrás do ataque, devido aos seus vínculos com a oposição iraniana, afirmando não ter “outros inimigos”.

Esta versão coincide com a do próprio Conselho Nacional da Resistência do Irão (CNRI) – há muitos anos ligado a Aleix Vidal-Quadras e financiador da campanha do Vox nas eleições de 2014 — que condenou “energicamente” o ataque sofrido pelo político espanhol, não hesitando em classificá-lo como “terrorista”, depois de recordar a animosidade de Teerão em relação a ele.

Shahin Gobadi, membro da comissão de Negócios Estrangeiros do CNRI, recordou num comunicado que “é do domínio público a virulenta inimizade do regime clerical” com Vidal-Quadras, que “foi um dos primeiros políticos” que Teerão incluiu na sua lista de terroristas.

O CNRI financiou em cerca de 80% a campanha do Vox para as eleições europeias de 2014, como admitiu o partido espanhol em 2020. O grupo sublinhou que nos últimos 25 anos em que se relacionou com ele, Vidal-Quadras “sempre apoiou a luta do povo iraniano pela liberdade e os direitos humanos”.

Salientou também o “papel fundamental e inesquecível” que o fundador do Vox desempenhou para que o movimento dos ‘Mujahidines’ do Povo do Irão fosse retirado da lista de organizações terroristas da União Europeia (UE) e “milhares” dos seus membros fossem protegidos no campo de Ashraf, onde se encontravam no Iraque, e transportados em segurança para fora desse país.

Fundador e primeiro presidente do Vox

Antes de ter sido baleado, Vidal Quadras, uma figura da direita espanhola nas últimas décadas — presidente do Partido Popular da Catalunha desde 1991 a 1996, eurodeputado desde 1999 a 2014, em que foi também vice presidente do Parlamento Europeu, e depois fundador e primeiro presidente do Vox em 2014 devido às divergências com os populares em relação às questões catalãs — tinha publicado uma mensagem na rede social X (antigo Twitter) sobre o pacto do PSOE com o Junts para a investidura de Pedro Sánchez. Com muitas críticas.

Também recorrendo à rede social X, Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol, manifestou a sua “solidariedade” e votos de uma “rápida recuperação” a Vila-Quadras. Além disso, disse confiar que “a investigação [que já está a decorrer] poderá esclarecer os factos o mais rapidamente possível e os responsáveis serão presos”.

A presidente do Governo de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, também transmitiu o seu apoio a Alejo Vidal-Quadras. “Felizmente, o tiroteio contra Vidal-Quadras não lhe tirou a vida. Ele está numa sala de cirurgia neste momento”, escreveu na plataforma X.

*Notícia atualizada às 23h45 com a acusação de Vidal-Quadras ao regime de Teerão