As mensagens colocadas em garrafas são capazes de navegar milhares de quilómetros pelos oceanos. No entanto, a que será enviada pela NASA em outubro de 2024, terá a capacidade de viajar anos-luz, diretamente até Júpiter. E os nomes dos leitores do Observador podem ser um dos tripulantes.

A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) está a preparar-se para fazer a descolagem de uma nave espacial com destinado a Júpiter, que tem como objetivo investigar se Europa, uma das 95 luas do planeta, é capaz de abrigar vida. E não pretende fazer esta viagem sozinha.

A agência aeroespacial norte-americana está a pedir às pessoas que enviem os seus nomes até ao final de 2023, para serem levados numa mensagem numa garrafa na nave Europa Clipper, que deve entrar na órbita de Júpiter em 2030. Até à data, já mais de 700 mil nomes foram enviados de forma totalmente gratuita, sendo que estes serão acompanhados por um poema da norte-americana Ada Limón, In Praise of Mystery: A Poem for Europa.

Apesar de a iniciativa se chamar “mensagem numa garrafa”, não será essa a forma de transporte. Os nomes serão mais tarde gravados num microchip, do tamanho de uma moeda de dez cêntimos, que depois será ligado a uma placa de metal gravada com o poema que estará na nave.

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Esta não é a primeira missão da NASA a envolver o envio de mensagens e de obras de arte para o espaço, sendo que, em 1970, a agência enviou diversos discos dourados na nave Voyager, com imagens e canções em mais de 55 línguas.

“O lançamento desta garrafa no oceano cósmico diz algo de muito esperançoso sobre a vida neste planeta”, disse na altura o astrónomo Carl Sagan, que presidiu ao comité que reuniu o conteúdo dos discos, citado pelo Washington Post. E esta garrafa transmitirá algo de igualmente esperançoso. Especialmente pelo que será estudado.

A NASA despertou interesse para a Europa, após ter sido detetado, pelo telescópio James Webb, dióxido de carbono que provavelmente provém de um oceano que está dezenas de quilómetros abaixo da sua espessa camada de gelo.

Oceano escondido na origem do CO2 em Europa gera expectativa por vida na lua de Júpiter

Tal deu luz à esperança dos cientistas de que esta lua conseguisse suportar vida extraterrestre, apesar de não ter sido possível confirmar que o oceano tem os elementos químicos necessários para o surgimento de vida.