André Ventura acredita que António Costa na Europa seria replicar uma “tragédia” vivida em Portugal. Ao lado de Marine Le Pen, ex-candidata presidencial francesa, e Tino Chrupalla, da Alternativa para a Alemanha (AfD), que estão em Lisboa para marcar presença no Congresso da Identidade e Democracia (ID), o presidente do Chega voltou a reiterar a importância de uma alternativa à direita e, mesmo reconhecendo ser “difícil”, apontou à vitória.
“A queda do Governo de António Costa, no meio de um escândalo de corrupção, um escândalo judicial, é boa não só para Portugal mas também para a Europa”, referiu, sugerindo que “a principal ambição de António Costa e dos seus aliados era que [o primeiro-ministro demissionário] fosse presidente do Conselho Europeu”. “Já sofremos com a tragédia António Costa; não gostávamos que a Europa toda sofresse com a tragédia António Costa”, atirou.
O líder do Chega destacou os resultados das sondagens, em particular daquela em que os “principais adversários, PS e PSD, descem” e argumenta que os dados refletem uma “esperança realista, embora difícil, de poder lutar pela vitória”. “Vai ser muito difícil, mas podemos lutar pela vitória”, reiterou, sublinhando a vitória da extrema-direita nos Países Baixos.
[Já saiu: pode ouvir aqui o terceiro episódio da série em podcast “O Encantador de Ricos”, que conta a história de Pedro Caldeira e de como o maior corretor da Bolsa portuguesa seduziu a alta sociedade. Pode ainda ouvir o primeiro episódio aqui e o segundo episódio aqui.]
Até lá, Ventura recordou que o partido sempre disse que queria “dialogar” para haver uma “alternativa”. E acrescentou: “Espero que, se o Chega vencer as eleições, os outros partidos à direita [possam] colaborar para liderarmos um governo; se não vencermos, mas houver uma maioria de direita parlamentar espero que haja capacidade de criar essa alternativa”, resumiu André Ventura.
Direita europeia à espera do Chega
Marine Le Pen, ex-candidata presidencial francesa do , frisou que os partidos da família política — onde está o seu Rassemblement National e várias outras forças de extrema-direita — não são “contra a Europa”. “Somos contra esta Europa comunitária e é por gostarmos muito da Europa que queremos uma outra Europa, sem burocratas.”
A política francesa acredita que “a esquerda chegou ao fim de um ciclo” e que a “confiança” das pessoas nos partidos de direita está a “crescer”, não só pelos estudos de opinião, mas também pelos resultados das várias eleições que têm sido favoráveis à extrema-direita na Europa. “Os perigos que pairam sobre os nossos países são em grande parte fabricados pelos nossos dirigentes e pela União Europeia”, acrescentou.
Tino Chrupalla, do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), tomou a palavra para frisar que “os perigos que recaem nos nossos países são provocados pelos nossos dirigentes e pela atual UE“, sendo preciso mudar a própria UE, frisando que “não há fatalidades na política”.
Na conferência de imprensa a três, os dois políticos internacionais focaram-se ainda nas próximas eleições europeias e no facto de o Chega ir integrar o grupo Identidade e Democracia (ID) no Parlamento Europeu. “Desejo ao Chega muito sucesso nas eleições de março e nas Europeias”, afirmou Le Pen.
“Temos de acolher o Chega no Parlamento Europeu e todos aqueles que lutam pela Europa. Temos o problema das migrações, da segurança, dos desvios orçamentais. Temos de parar isto, temos de parar os muitos problemas financeiros. Temos de por fim a este problema. Queremos viver numa Europa de paz, de liberdade, queremos trabalhar com todos os nossos parceiros”, acrescentou Tino Chrupalla.