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A justiça da Bósnia revelou esta sexta-feira que está a investigar as acusações do ministro da Defesa de que especialistas russos estão a treinar paramilitares em campos na entidade sérvia da Bósnia-Herzegovina.

A Rádio Free Europe adiantou que a denúncia, que partiu do ministro da Defesa bósnio, Zukan Helez, será investigada pelo Departamento de Terrorismo do Ministério Público e que o denunciante “será convocado para testemunhar e apresentar todas as informações, provas e factos à sua disposição”.

Helez revelou esta quarta-feira, a uma estação de rádio, que na entidade sérvia-bósnia — que juntamente com os muçulmanos e croatas constituem o Estado da Bósnia-Herzegovina — existem campos de treino paramilitares geridos por russos e que o Governo poderá intervir e eliminá-los facilmente, se representarem um perigo para o Estado.

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Por sua vez, o ministro da Segurança, o sérvio-bósnio Nenad Nesic, rejeitou as declarações do responsável da Defesa, classificando-as como “construções monstruosas”.

Nesic acusou ainda o ministro da Defesa de “minar a estabilidade do país” com um “discurso de ódio e propagação de intolerância entre os grupos étnicos”.

As autoridades sérvias da Bósnia também rejeitaram estas acusações, noticiou a agência Efe.

Há duas semanas, um grupo de deputados sérvios da Bósnia no Parlamento central do país garantiu em cartas aos legisladores norte-americanos e europeus que a Bósnia-Herzegovina tem sido há muito tempo um refúgio para islamistas radicais.

Pouco depois, um grupo de deputados da outra entidade bósnia respondeu com cartas das mesmas instituições, em que acusavam o Presidente sérvio-bósnio Milorad Dodik de ser a maior ameaça para a Bósnia-Herzegovina.

Dodik mantém uma política pró-Rússia e antiocidental e há anos ameaça separar a sua entidade do resto do país.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, alertou durante a sua recente visita a Sarajevo para a “retórica separatista e a influência maligna da Rússia” na entidade sérvia-bósnia.