Um barco de pesca com 573 migrantes a bordo desembarcou esta segunda-feira na ilha italiana de Lampedusa depois de ser resgatado no Mediterrâneo pela Guarda Costeira, quando fazia a viagem entre a Líbia e a Europa.

O grupo resgatado, que inclui quatro mulheres e dois menores, foi levado para o centro de acolhimento de migrantes de Lampedusa.

O centro estava vazio desde esta sexta-feira, já que o último desembarque de migrantes em Lampedusa aconteceu há cinco dias, em 22 de novembro.

Nesse dia, um naufrágio já ocorrido nas águas da ilha siciliana causou a morte de uma mulher de 26 anos da Costa do Marfim. As restantes 46 pessoas que estavam a bordo da embarcação que naufragou — provenientes de países da África Subsariana como Mali e Costa do Marfim — foram resgatadas e levadas para o porto de Lampedusa.

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Este naufrágio aconteceu pouco mais de 24 horas depois de um outro, em que um barco que transportava 51 pessoas se afundou ao largo de Capo Ponente, provocando a morte de uma menina de dois anos e o desaparecimento de outras oito pessoas.

A chegada dos 46 sobreviventes do naufrágio de 22 de novembro elevou para 483 o número de migrantes e refugiados que chegaram à ilha em nove desembarques separados.

A estas somaram-se ainda 88 pessoas da Costa do Marfim, Camarões, Burkina Faso, Mali, Serra Leoa e Gâmbia, que foram retiradas de dois barcos que transportavam, respetivamente, 39 e 49 pessoas.

Na manhã da passada quarta-feira, 1.283 pessoas estavam no centro de acolhimento de Lampedusa, incluindo 103 menores não acompanhados. Estes migrantes em situação irregular foram, entretanto, transferidos para outras regiões.

Lampedusa é, muitas vezes, o primeiro porto de escala para migrantes e refugiados que tentam chegar à Europa através de embarcações precárias que zarpam do norte de África.

A ilha tem estado no centro das atenções internacionais nos últimos meses devido ao grande aumento no número de barcos com migrantes que ali desembarcam.

Itália é abrangida pela chamada rota do Mediterrâneo Central, uma das rotas migratórias mais mortais, que sai da Líbia, Argélia e da Tunísia em direção à Europa, em particular à ilha de Lampedusa.

Desde o início do ano e até há uma semana, chegaram a Itália 150.777 migrantes e refugiados por via marítima, um aumento de 60% em relação ao mesmo período de 2022, de acordo com dados do Ministério do Interior italiano. Deste total, cerca de 70% desembarcaram em Lampedusa.

Migrantes que chegaram a Lampedusa em três dias superam a população da ilha italiana