O candidato à liderança do PS José Luís Carneiro assumiu esta sexta-feira estar convicto de que vai ganhar as eleições internas e, posteriormente, as legislativas alegando que os militantes estão a “tomar consciência” do que está em causa.
“Os militantes estão aqui, estão a tomar consciência do que está em causa e eu estou convicto que vou ganhar as eleições dentro do PS e vou ganhar as eleições [legislativas]”, afirmou o socialista aos jornalistas à entrada para um encontro com militantes em Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro.
Contando que à chegada foi abordado por um homem, simpatizante do PS, que lhe perguntou se podia votar porque queria que ele fosse primeiro-ministro, José Luís Carneiro explicou que, nestas eleições, só podem votar os militantes, ao contrário do que ele gostaria.
E acrescentou: “Eu gostaria que tivessem sido eleições abertas, como aconteceu com António Costa e António José Seguro, porque aí, bom aí, eu estaria já hoje com mais de 70% dos votos dos simpatizantes do Partido Socialista”.
O socialista pediu aos militantes para votarem no candidato que tem condições para ser primeiro-ministro porque “essa é mesmo a questão que está em cima da mesa”.
Motivo pelo qual é importante que os militantes se mobilizem para participar nas sessões e para terem uma palavra ativa na discussão da moção de estratégia, vincou.
José Luís Carneiro ressalvou que os portugueses o reconhecem pelo seu percurso cívico e político e pela experiência política que teve nos vários níveis de decisão do Estado.
“Reconhecem em mim capacidades para que o país tenha alguém com capacidade de fazer as reformas de que o país precisa, mas fazendo em diálogo, em concertação e em cooperação com todas as forças políticas e sociais no nosso país”, sublinhou.
O candidato à liderança do PS revelou que tem recebido por parte de muitas pessoas a mensagem de que gostariam que ele fosse primeiro-ministro, algo que lhe dá “um conforto muito grande”.
“Nós éramos umas dezenas há 15 dias e hoje já somos muitos milhares no país todo”, disse.
Carneiro quer juros de empréstimo à habitação dedutíveis no IRS
O candidato à liderança do PS prometeu também repor a dedução no IRS dos custos com os juros dos empréstimos bancários para compra de habitação, caso seja eleito e vença as legislativas de março.
“Comprometo-me a garantir que as famílias que têm empréstimos bancários para habitação terão uma dedução no IRS no que respeita aos custos com os juros desses empréstimos”, afirmou o socialista à chegada para um encontro com militantes em Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro.
Esta proposta, que faz parte da sua moção de estratégia, é “muito importante para todos os portugueses”, disse.
Dizendo que o objetivo é valorizar os rendimentos das famílias, José Luís Carneiro referiu que a medida abrange milhares de famílias portugueses, particularmente os mais jovens que querem comprar casa e que hoje têm custos muito elevados com a habitação.
“São muitas as famílias portuguesas que têm créditos à habitação, muito particularmente as classes médias e os mais jovens”, ressalvou.
Atualmente, podem deduzir-se despesas de juros de empréstimos desde que tenham sido contratados até ao final de 2011 e para compra de casa para habitação própria e permanente ou arrendamento permanente.
Ainda em matéria de habitação, o atual ministro da Administração Interna defende um “pacto nacional” para “aumentar muito significativamente o parque público de habitação acessível e o fomento da construção de nova habitação e da reabilitação urbana para fins habitacionais, pelo setor privado e cooperativo, alinhando incentivos nos casos em que os imóveis se destinem a habitação a custos controlados”.
Segundo José Luís Carneiro, para fazer face à crise neste setor é preciso “apoiar conjunturalmente as famílias com dificuldade de pagamento das suas prestações ou das suas rendas, bem como dar resposta imediata ao alarmante crescimento do número de pessoas sem-abrigo”.
Nas eleições de 15 e 16 de dezembro, José Luís Carneiro terá como adversários na corrida à liderança do PS o deputado e ex-ministro Pedro Nuno Santos e o dirigente socialista Daniel Adrião.