A vida mudou para Lionel Messi. Ter passado a contar a marcação de um segurança pessoal em todas aparições públicas que realiza (mesmo que seja um simples passeio com a mulher e os três filhos) foi uma consequência de todo o furor que gerou com a mudança para os EUA. As celebridades pararam para o verem jogar, as audiências subiram e os bilhetes esgotaram. Automaticamente, o argentino tornou-se na principal referência futebolística de um país com pouca tradição em controlar uma bola redonda com os pés.

Messi não ficou isolado na Flórida. O currículo acumulado concede-lhe a inevitabilidade de ser reconhecido onde quer que vá, o que não o impede de continuar a receber destaques que o mantêm na ribalta. Em outubro, foi premiado com a oitava Bola de Ouro. Em dezembro, a revista Time reconheceu o jogador campeão do mundo pela Argentina como “Desportista do Ano”. Obter os serviços de alguém que continua a colecionar este tipo de méritos aos 36 anos é tarefa árdua. O Inter Miami não foi diferente. Numa entrevista ao The Athletic, David Beckham, co-propriatário do emblema da MLS, já tinha dado conta do alívio que sentiu ao saber que as negociações com Messi estavam fechadas e que o jogador ia rumar aos Estados Unidos. “Estava no Japão com a família e acordei às cinco da manhã, porque o meu telefone estava a vibrar. A minha mulher [Victoria Beckham] disse: ‘A sério?! Desliga o telemóvel!'”, relatou o antigo internacional inglês. “Pus os óculos e pensei: ‘O Leo vem! Está feito! Ele anunciou!'”.

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O segredo mais mal guardado de todos: Messi vence oitava Bola de Ouro e alarga o próprio recorde

De facto, quando se percebeu que Lionel Messi ia deixar o PSG, o Inter Miami era a opção menos provável das que iam ganhando força. Por vários motivos. Em cima da mesa estava o regresso ao Barcelona que tinha ascendente, acima de tudo, devido ao lado emocional. Colocou-se ainda a possibilidade da ida para Arábia Saudita, onde os milhões chamavam, existindo ainda o acréscimo do argentino ser embaixador do turismo no país. Perante a insistência com que se falou em possíveis destinos, o Bola de Ouro veio confirmar, na entrevista à Time no âmbito da distinção recebida, os cenários que considerou.

“A verdade é que, felizmente, tinha várias opções interessantes na mesa e tive que analisá-las com a minha família antes de tomar a decisão final de vir para Miami. A minha primeira opção era voltar ao Barcelona, ​​mas não foi possível. Tentei voltar e não aconteceu. Também é verdade que, mais tarde, pensei muito em ir para a Liga saudita. Conheço o país e eles criaram uma competição muito poderosa que se pode tornar numa liga importante num futuro próximo. Como embaixador do turismo do país, foi um destino que me atraiu, sobretudo porque gostei de tudo o que visitei, pela forma como o futebol está a crescer no país e pelo esforço que estão a fazer para criar uma competição de topo”, explicou.

O ídolo de todas as celebridades: Lionel Messi marca dois golos em 22 minutos e dá vitória ao Inter Miami

A chegada de Messi aos EUA causou impacto imediato. Em 14 jogos, o argentino marcou 11 golos e fez cinco assistências. O jogador do Inter Miami descreve que, ao nível da adaptação ao país, não teve qualquer dificuldade. “Talvez o mais difícil da adaptação tenha sido o trânsito, embora em Paris também tenha sido complicado. Depois, o calor e a humidade do verão, embora muitas vezes estar na praia ou de férias possa ser agradável. Para praticar desporto, treinar ou jogar, principalmente no verão, talvez seja um pouco demais”. Ainda assim, a equipa não se qualificou para os playoffs da MLS ao terminar em penúltimo a Conferência Este. Por isso, o criativo já olha para a próxima temporada. “O mais importante neste momento é recuperar bem fisicamente e também mentalmente, descansar, estar com a minha família, com os meus amigos e depois pensar em voltar com a mesma vontade de sempre e com alguns desafios especiais pela frente”.

Além de Messi, na temporada passada, o plantel do Inter Miami, contava também com Jordi Alba e Sergio Busquets, antigos companheiros no Barça. Agora, segundo avança o The Athletic, Luis Suárez, avançado que também tem passado nos blaugrana (e que é um amigo próximo), prepara-se para assinar um contrato válido por um ano para rumar à Flórida, aumentando as soluções ofensivas do treinador Tata Martino.

“Antes dos jogos tomo três comprimidos e injeto-me com Voltaren.” Suárez sofre, despediu-se do Grémio, mas vai juntar-se a Messi nos EUA