A redação do Diário de Notícias (DN) expressou esta quinta-feira solidariedade com os trabalhadores “do JN, TSF e O Jogo”, publicação onde os chefes de redação também colocaram os cargos à disposição e pediu uma reunião urgente à administração.
Reunida em plenário, cuja ata foi enviada à agência Lusa, a redação informou que “discorda da tese de que o DN ‘está a salvo’ de um imprevisível processo de rescisões” em marcha no Global Media Group (GMG) e reconheceu que “os problemas financeiros assumidos” e a instabilidade em redor do grupo “causam apreensão” naquela publicação “como em qualquer outro título do grupo”.
Os trabalhadores do DN decidiram ainda solicitar uma reunião urgente ao Conselho de Administração do GMG “para pedir esclarecimentos sobre a real situação financeira” do grupo e “apresentar soluções alternativas para a regularização do subsídio de Natal, em incumprimento”, após a generalidade da redação ter rejeitado o seu pagamento em duodécimos.
Também reunida em plenário esta quinta-feira, a redação do jornal O Jogo reforçou, “em linha com o comunicado do Conselho de Redação”, o “reconhecimento, respeito, apreço e solidariedade” para com a direção demissionária da publicação.
“Em nome dessa solidariedade”, o chefe de redação João Araújo e os chefes de redação adjuntos Carlos Pereira Santos e Nuno Vieira fizeram saber que “também colocam os cargos à disposição”.
A redação do diário desportivo O Jogo expressou ainda “solidariedade e respeito” para com as direções demissionárias do JN e da TSF e anunciou que irá “preparar ações de luta conjuntas com outros títulos do GMG e restantes áreas funcionais da empresa”.
As direções do JN e do jornal O Jogo demitiram-se em bloco esta quinta-feira, depois de os diretores da TSF terem comunicado na terça-feira à Comissão de Trabalhadores que renunciaram aos cargos, em protesto, contra a perspetiva de dezenas de despedimentos.
A direção da TSF, constituída por Rui Gomes (diretor-geral), Rosália Amorim (diretora de informação) e Artur Cassiano (subdiretor de informação), iniciou funções no passado dia 2 de outubro, ou seja, há pouco mais de dois meses.
Na quarta-feira, os representantes dos trabalhadores do JN, O Jogo, TSF, DN e Global Imagens manifestaram ao ministro da Cultura preocupação com o processo de rescisões em curso no grupo.
Pedro Adão e Silva mostrou-se também interessado em perceber qual o impacto de uma “saída massiva”, como a anunciada.
A Administração do GMG abriu um programa de rescisões por mútuo acordo, para trabalhadores até 61 anos, com contrato sem termo, sendo que as compensações serão divididas por 18 meses.
Administração do GMG abre programa de rescisões por mútuo acordo
No dia 6 de dezembro, em comunicado interno, o GMG avançou que iria negociar “com caráter de urgência” rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.