O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu “aprender” com a morte de três reféns israelitas que foram baleados, por engano, pelas forças de Israel. E que quando a ofensiva terminar, Gaza estará sob controlo das forças de Telavive.

Acompanhado pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, e pelo ministro sem pasta Benny Gantz (que faz parte do gabinete de guerra), Netanyahu disse aos jornalistas que Israel, um país de “luto” pelas três mortes, vai “aprender as lições” e “fazer tudo o que é possível para salvar as vidas” dos reféns que permanecem em Gaza.

Israel manterá também “o esforço militar e diplomático” para garantir que todos os reféns regressam a casa”. Lamentando a “morte trágica dos nossos três reféns”, quando “procuravam a salvação e o desastre aconteceu”, o primeiro-ministro israelita indagou “o que teria acontecido se…, se tivesse sido diferente…”.

“Estávamos tão perto de abraçá-los”, mas “não podemos voltar no tempo”, alertou, antes de lembrar que todos os combatentes sabem que “a distância entre a vitória e o desastre é da largura de um fio de cabelo”.

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Para Benjamin Netanyahu, a “pressão militar é necessária tanto para o regresso dos reféns como para a vitória”. “Sem pressão militar, não teríamos conseguido traçar o acordo para o regresso de 110 reféns”. “Só a pressão militar” pode facilitar a libertação dos reféns. “Sem isso, não temos nada”, alertou.

Apesar da dor, apesar da pressão internacional, continuaremos até o fim, nada nos impedirá.”

Além disso, ainda na conferência de imprensa, o governante sublinhou que a ofensiva militar na Faixa de Gaza continuará. “Lutamos pela nossa existência e temos que continuar até à vitória”, apesar da pressão e das perdas internacionais”, destacou.

Quanto ao futuro da Faixa de Gaza quando terminar a operação militar, Netanyahu sublinhou que não permitirá que a Autoridade Palestiniana recupere o controlo do enclave, transformando o “Hamastão num Fatashtão”, mesmo que seja esse o desejo dos Estados Unidos da América.

Netanyahu citou um estudo da semana passada que indica que 82% dos palestinos da Cisjordânia justificam o ataque de 7 de outubro. “Eles deveriam controlar Gaza?”, questionou.

Assim que o Hamas for destruído, “Gaza será desmilitarizada” para que não represente uma ameaça para Israel. “Digo ao mundo inteiro. Não é política. É o desejo de uma grande maioria das pessoas (…). O erro de Oslo levou-nos aos elementos mais extremistas do mundo árabe”, observou, numa alusão aos Acordos de Oslo que levaram ao nascimento da Autoridade Palestiniana.

“O debate entre o Hamas e a Fatah não é se devem ou não eliminar o Estado de Israel, mas como fazê-lo. Devemos dizer a verdade e não criar ilusões, por isso repito: após a eliminação do Hamas, Gaza estará sob controlo israelita e não haverá nada que nos ameace”, explicou.

Por sua vez, na mesma conferência de imprensa, o ministro da Defesa, Yoav Galant, sublinhou que “toda a nação de Israel sente a dor das famílias dos reféns que perderam os seus entes queridos em circunstâncias muito trágicas e dolorosas”.

“Falei com as famílias. Senti a dor. Foram conversas muito carregadas, dolorosas e difíceis”, observou Galant, acrescentando: “Como ministro da Defesa sou responsável por tudo o que acontece no sistema de Defesa, por tudo o que acontece nesta guerra, tanto pelas conquistas como pelos custos e pelos erros graves”, como aquele que aconteceu esta sexta-feira com a morte dos três reféns que segurariam uma bandeira branca improvisada.

Tanto Yoav Galant como Benjamin Netanyahu disseram que os objetivos de Israel no conflito passam pela erradicação do Hamas, pela libertação dos reféns e pela “vitória” numa guerra que será “longa”. “Nada vai parar as Forças de Defesa de Israel de alcançar todos os objetivos”, defendeu o ministro da Defesa.

Reféns mortos por Israel por engano estariam a segurar bandeira branca improvisada