O Supremo Tribunal de Myanmar rejeitou esta segunda-feira um recurso da líder destituída do país, Aung San Suu Kyi, contra a sua condenação num caso de corrupção em que foi acusada de ter sido subornada.

Suu Kyi, 78 anos, foi detida a 1 de fevereiro de 2021, quando os militares tomaram o poder de seu governo eleito, estando a cumprir penas de prisão que totalizam 27 anos depois de ter sido condenada por acusações criminais — de ter recebido ouro de milhares de dólares, como suborno — que os seus apoiantes dizem ter sido inventadas para desacreditá-la.

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A sessão de julgamento desta segunda-feira aconteceu à porta fechada e os advogados de Suu Kyi foram impedidos por uma ordem de silêncio de falar sobre o assunto.

Suu Kyi foi condenada — no caso cujo recurso foi rejeitado — por receber 600 mil dólares (cerca de 500 mil euros) e sete barras de ouro, em 2017-18, dados por Phyo Min Thein, ex-ministro-chefe de Yangon, a maior cidade do país.

Suu Kyi foi condenada a cinco anos de prisão em abril do ano passado, após ser considerada culpada de suborno.

Os seus advogados — antes de receberem ordens de silêncio, no final de 2021—disseram que a ex-líder rejeitou todas as acusações de corrupção contra si, classificando-as como “absurdas”.

Os recursos iniciais interpostos pelos seus advogados, na maioria dos casos, já foram rejeitados pelo menos uma vez pelo tribunal de primeira instância.

Os recursos das condenações por fraude eleitoral, violação da lei de segredos oficiais do país e cinco outras acusações de corrupção ainda estão a ser processados.

Myanmar tem estado em turbulência desde a tomada do poder pelo Exército em 2021, o que levou a protestos pacíficos em todo o país que o Governo da Junta Militar reprimiu com recurso à violência, desencadeando uma resistência armada generalizada que alguns responsáveis da Organização das Nações Unidas caracterizaram como guerra civil.