A Polícia Federal brasileira lançou esta terça-feira uma operação visando uma das mais poderosas milícias do Rio de Janeiro, com mandados de prisão preventiva e buscas contra membros do grupo e o objetivo de desmantelar o seu braço financeiro.

Em comunicado, a Polícia Federal indica que o objetivo da operação é cumprir 12 mandados de prisão preventiva e 17 mandados de busca e apreensão contra integrantes de uma milícia que atua na zona oeste do Rio de Janeiro, chefiada pelo homem mais procurado do estado, conhecido como Zinho.

Esta mesma organização criminosa queimou mais de 35 autocarros e um comboio em diferentes bairros da cidade em outubro, numa retaliação pela morte de um líder da milícia num tiroteio com a polícia.

De acordo com a imprensa local, um dos mandatos de prisão da operação desta terça-feira é para Zinho, acrescentando ainda que, até agora, cinco pessoas foram presas.

“A ação desta terça-feira visa desmantelar o núcleo financeiro da organização criminosa, identificando toda a estrutura de imposição de ‘taxas’ ilegais a grandes empresas e pequenos comerciantes locais, bem como as contas correntes beneficiárias de tais cobranças”, lê-se no comunicado da Polícia Federal.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Esta operação acontece também um dia depois de a deputada estadual do Rio de Janeiro Lúcia Helena Pinto ter sido suspensa do cargo, na sequência de uma operação policial por supostas ligações com o mesmo grupo.

A justiça brasileira ordenou a suspensão imediata das suas funções legislativas e proibiu-a de “manter contactos com determinados agentes públicos e políticos”, bem como de frequentar a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, anunciou a Polícia Federal em comunicado.

As autoridades brasileiras alegam que a deputada conhecida como ‘Lucinha’, de 63 anos, e o seu assessor estavam ativamente envolvidos em “servir os interesses” de um dos maiores e mais violentos grupos de vigilantes do Rio de Janeiro.

Surgidas nos anos 1990, as milícias, muitas delas criadas por agentes públicos, contam com a participação de polícias militares e civis, ativos e na reserva.

As suas atividades passam por cobrar taxas de transporte, fornecimento de água, energia, internet, TV por cabo, cabaz alimentar básico, entre outros, a estabelecimentos comerciais.