Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão anunciaram esta terça-feira o lançamento de um sistema para partilhar informações em tempo real sobre mísseis norte-coreanos e um plano de exercícios regulares para enfrentar avanços militares de Pyongyang.

“Verificou-se a plena capacidade operacional do sistema de partilha de informações em tempo real (…) através dos resultados de uma recente inspeção preliminar e está atualmente a funcionar normalmente”, declarou em comunicado o Ministério da Defesa sul-coreano.

Os líderes dos três países, Joe Biden, Yoon Suk-yeol e Fumio Kishida, dos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, respetivamente, concordaram em implementar a plataforma numa cimeira trilateral em Camp David, em agosto, num novo passo para reforçar a coordenação de segurança entre Washington, Seul e Tóquio.

Os Estados Unidos já trocavam informações separadamente com os aliados na região asiática, mas até agora não existia uma ligação direta de dados entre as três nações, devido às disputas existentes entre o Japão e a Coreia do Sul sobre a colonização nipónica da península coreana entre 1910 e 1945.

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Com esta iniciativa, “a cooperação trilateral será regularizada e conduzida de uma forma mais sistemática e eficiente”, defenderam as partes, que também decidiram estabelecer um plano plurianual para a realização de exercícios militares trilaterais a partir de 2024, num novo passo para reforçar a dissuasão contra os testes de armamento de Pyongyang.

O lançamento do sistema acontece um dia depois do mais recente teste de mísseis da Coreia do Norte, que lançou um projétil balístico de longo alcance, o quinto em 2023, um número recorde que sublinha o progresso do programa de armamento e a escalada militar na região.

Seul confirma que Pyongyang disparou míssil balístico intercontinental

O regime norte-coreano afirmou esta terça-feira que o projétil lançado era um míssil balístico intercontinental Hwasong-18 de combustível sólido e disse que o líder Kim Jong-un “observou o lançamento no terreno” para “enviar um aviso” a Washington e aliados.

Seul, Washington e Tóquio reiteraram que vão continuar a reforçar a cooperação “para responder aos desafios regionais” e garantir a segurança na região do Indo-Pacífico.

Após o fracasso das negociações para a desnuclearização com os Estados Unidos da América, em 2019, a Coreia do Norte aprovou um plano de modernização de armamento — que inclui a instalação de satélites militares e o teste de numerosos mísseis — além de ter rejeitado a retoma do diálogo e de ter reforçado os laços com a China e a Rússia.

Por outro lado, a Coreia do Sul, o Japão e os Estados Unidos da América reforçaram a cooperação em matéria de segurança, sendo que Washington aumentou o envio periódico de meios estratégicos para a península.