O presidente do CDS-PP confirmou esta quinta-feira que que o acordo de coligação com o PSD prevê o regresso do partido ao parlamento, com a eleição de pelo menos dois deputados, e defendeu que a coligação com o PSD é “estável e credível”.
“O acordo garantia, com naturalidade, a eleição de dois deputados para o CDS. Todavia, com um pequeno aumento da votação relativamente às eleições de 2022, o CDS elegerá quatro deputados e se tivermos um bom resultado, que esperamos ter, o CDS elegerá seis deputados”, afirmou Nuno Melo.
Montenegro confirma que CDS terá direito a dois lugares elegíveis na próxima Aliança Democrática
Falando aos jornalistas na sede nacional, em Lisboa, enquanto ainda decorria a reunião do Conselho Nacional do partido para aprovar a coligação Aliança Democrática (AD), com PSD e PPM, o líder centrista salientou que “o CDS elegerá tantos deputados quantos o país e os eleitores quiserem”.
Nuno Melo não quis dar mais pormenores quanto aos círculos eleitorais onde os candidatos do CDS-PP estarão mais bem colocados, ressalvando querer dar essa informação “em primeiro lugar” aos conselheiros nacionais e indicando que o poderá ou não fazer na sua última intervenção perante o órgão máximo do partido entre congressos.
“O importante é que sejam círculos onde o CDS tenha tradicionalmente uma grande expressão e essa é uma razão de ser também das escolhas que vão ser feitas”, afirmou.
O presidente do CDS-PP declarou também que as declarações do secretário-geral do PS sobre os CTT mostram a “absoluta impreparação” de Pedro Nuno Santos
“Esta novela à volta dos CTT só confirma a absoluta impreparação do secretário-geral do PS para ser primeiro-ministro de Portugal”, afirmou Nuno Melo em declarações aos jornalistas à chegada à sede do CDS-PP, em Lisboa, onde vai decorrer o Conselho Nacional para aprovar a integração na coligação Alternativa Democrática (AD), com PSD e PPM.
O líder do CDS-PP considerou que “não é normal dizer num dia que o Governo em funções é que tem de dar explicações” e no “dia seguinte dar explicações, dizer que sabia e que concordou” com a compra de ações dos CTT por parte da Parpública.
“Revela uma rotina que é a antítese de um paradigma de solidez, estabilidade e sentido de estado numa governação que Portugal precisa”, criticou.
Apontando que os portugueses terão de fazer escola em 10 de março, Melo defendeu que é tempo de “mudar de vida”.
“O que hoje se percebeu a propósito dos CTT é uma rotina que os portugueses não devem querer mais”, sustentou.
Nuno Melo destacou que, em contrapartida, a AD é um “projeto estável e credível, experimentado, que tem em si mesmo muitos quadros com grande capacidade” e constitui uma alternativa que “pode levar Portugal a um rumo diferente”.
Questionado sobre pormenores do acordo desta coligação para as eleições legislativas de março e as europeias de junho, nomeadamente quantos lugares elegíveis o CDS-PP terá nas listas de candidatos a deputados, o também eurodeputado não quis ao início do Conselho Nacional adiantar, referindo que nem aos conselheiros vai revelar essa informação.
Nuno Melo adiantou que a integração na coligação AD foi “aprovada por unanimidade” pela Comissão Política Nacional do partido e disse esperar “o mesmo resultado no Conselho Nacional, ou uma maioria muito expressiva”.
De acordo com informação a que a agência Lusa teve acesso, o Conselho Nacional do CDS-PP vai votar na noite desta quinta-feira se concorre às próximas eleições legislativas e europeias em listas conjuntas com o PSD e o Partido Popular Monárquico (PPM), bem como a denominação da coligação, a sigla e o símbolo.
O órgão máximo entre congressos não vai, no entanto, deliberar sobre os pormenores desta aliança, mas pode mandatar o secretário-geral, Pedro Morais Soares, “para a negociação dos termos do acordo político”.
Quanto a prioridades do CDS-PP para o país, Nuno Melo assinalou a intenção de “retirar ideologia do Serviço Nacional de Saúde” e criar “estímulos e incentivos remuneratórios para os profissionais de saúde”; “devolver rigor à educação”; uma maior regulação das fronteiras e, ainda “uma política de habitação completamente diferente”.
PSD e CDS-PP anunciaram em 21 de dezembro que irão concorrer coligados às eleições legislativas de março e às europeias de junho com uma coligação pré-eleitoral, que recupera o nome Aliança Democrática (a designação das primeiras coligações celebradas entre PSD e CDS-PP nos anos 80) e que vai incluir “personalidades independentes”.
Na quarta-feira, foi anunciado que também o PPM integrará esta coligação pré-eleitoral, já aprovada pelos órgãos deste partido. Esta é a quarta vez que PSD e CDS-PP irão juntos a votos em legislativas.
Também o PSD reuniu esta quinta-feira, à mesmo hora, em Braga, o órgão máximo entre congressos para a aprovar esta coligação.