O Brasil registou no ano passado 3.422 denúncias de trabalho escravo e análogo à escravidão, o maior número da história, segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania divulgados, esta sexta-feira, pela TV brasileira GloboNews.

O ministério informou que o número indica um aumento de 61% face a 2022 e que denúncias desse tipo corresponderam a 19% do total de violações de direitos humanos informadas ao serviço Disque 100, que permite aos cidadãos fazerem denúncias anónimas sobre violações de direitos humanos.

O número mostra uma subida crescente deste tipo de denúncia. Foram 1.915 relatos em 2021, 2.119 em 2022 e 3.422 em 2023. Antes, o maior número em um único ano tinha sido de 1.743 denúncias, em 2013.

Dados da Coordenação-Geral de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Análogo ao de Escravizado e Tráfico de Pessoas (CGTRAE) do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil divulgados pela Agência Brasil indicam que o país encontrou 3.151 trabalhadores em condições análogas às de escravo em 2023.

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O número é o maior desde os 3.765 resgatados em 2009. Foram 582 operações de fiscalização e 12,5 milhões de reais (2,3 milhões de euros) de verbas trabalhistas pagas nos resgates.

Com esses dados, subiu para 63,4 mil o número de trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão no Brasil desde que foram criados os grupos de fiscalização móvel, em 1995.

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O trabalho no campo ainda lidera o número de resgates. A atividade com maior número de trabalhadores libertados foi o cultivo de café (300 pessoas), seguida pelo plantação de cana-de-açúcar (258 pessoas). Entre os estados, Goiás teve o maior número de resgatados (735), seguido por Minas Gerais (643), São Paulo (387) e Rio Grande do Sul (333).