A Companhia Nacional de Petróleo da Líbia (NOC, na sigla em inglês) anunciou este domingo a suspensão da exploração de um importante campo petrolífero no sudoeste do país, devido a um movimento de protesto que bloqueou a atividade.
“A NOC declarou o ‘estado de força maior’ no campo de Al-Charara a partir de hoje, 07 de janeiro de 2024, devido ao encerramento do local pelos manifestantes”, declarou a empresa num comunicado.
Invocado em circunstâncias excecionais, o “estado de força maior” exonera a NOC de responsabilidade em caso de incumprimento dos contratos de fornecimento de petróleo.
A NOC, que não especificou as reivindicações dos manifestantes, lamenta o sucedido e afirma no comunicado que estão em curso negociações para retomar a produção “o mais rapidamente possível”.
Situada a cerca de 900 quilómetros a sul de Tripoli, Al-Charara produz normalmente 315 mil barris por dia, de uma produção nacional diária de mais de 1,2 milhões de barris, contra 1,5 a 1,6 milhões antes da revolução de 2011, que conduziu ao derrube do ditador Muammar Khadafi.
Principal fornecedor da refinaria de Zaouia, no oeste do país, que por sua vez abastece de combustível o mercado local, Al-Charara é gerida pela Akakus, uma empresa conjunta da NOC, a espanhola Repsol, a francesa Total, a austríaca OMV e a norueguesa Statoil.
Desde a queda e morte do ditador Muammar Khadafi, a Líbia, que possui as maiores reservas de África, tem lutado para sair de mais de uma década de caos e divisão, com dois governos rivais a disputar o poder.
Os bloqueios de instalações e terminais petrolíferos têm sido frequentes nos últimos anos.
Estes bloqueios estão ligados a reivindicações sociais, a ameaças à segurança ou a disputas políticas.
De acordo com o Banco Central da Líbia, um país que depende fortemente das receitas do petróleo, estes bloqueios resultaram na perda de centenas de milhares de milhões de euros de receitas.