O Presidente sul-coreano advertiu esta terça-feira Pyongyang que vai retaliar “cem vezes mais” em caso de ataque, num discurso em resposta ao líder norte-coreano que pediu que se qualifique o Sul como inimigo do país na Constituição.

“Se a Coreia do Norte nos provocar, retaliaremos cem vezes mais”, disse Yoon Suk-yeol, durante uma reunião com o executivo em Seul, de acordo com o gabinete presidencial.

Algumas horas antes, os meios de comunicação norte-coreanos fizeram eco de um discurso do dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, numa sessão parlamentar de segunda-feira, em que defendeu uma revisão da Constituição para definir a Coreia do Sul como “país hostil número um”.

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Kim realçou ainda a necessidade de “ocupar, reprimir e reclamar” território sul-coreano em caso de guerra.

Entretanto, o dirigente da Coreia do Norte disse esta manhã (hora local) que a mínima violação de território norte-coreano é uma “provocação de guerra”.

“Se a República da Coreia (nome oficial da Coreia do Sul) violar 0,001 mm do nosso território, espaço aéreo ou mar, será considerado uma provocação de guerra”, disse Kim.

O discurso do líder norte-coreano não é apenas uma nova demonstração de hostilidade que o regime tem vindo a intensificar nas últimas semanas. É, na opinião de especialistas citados pela agência de notícias EFE, mais um marco na mudança estratégica e diplomática que Pyongyang parece ter adotado desde o fracasso, em 2019, das negociações para a desnuclearização da península com os Estados Unidos.

Desde então, o regime tem modernizado o exército e rejeitado ofertas de diálogo, aproximando-se de Pequim e Moscovo.

Por outro lado, Seul e Washington têm reforçado os mecanismos de dissuasão e cooperação militar, o que levou a península a novos níveis históricos de tensão.

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