A Autoridade da Concorrência (AdC) chumbou os compromissos propostas pela Vodafone para a compra da Nowo, avançam esta quarta-feira o Jornal de Negócios e o Eco. Fonte oficial da Vodafone indica que tomou conhecimento do chumbo do regulador esta quarta-feira, num comentário enviado ao Observador, acrescentando que vai analisá-la para tomar a decisão final. Ainda que não seja um chumbo formal à operação de compra é uma decisão da AdC que dificulta a concretização do negócio.

Ao que indicam as duas publicações, e que confirmou o Observador, o chumbo estará ligado ao efeito que a operadora tem a nível regional. É o chamado “efeito Nowo”, que leva a que os preços sejam mais baixos nos concelhos onde esta operadora está presente, pelo efeito de maior concorrência, ou seja, não são apenas os três operadores principais a estarem nessas regiões.

Os remédios apresentados pela operadora de origem britânica, em dezembro, que incluíam um acordo com a nova entrante Digi, não terão convencido a Concorrência.

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Nesse âmbito, a Vodafone Portugal propôs a “cedência de espectro da Nowo e acesso à oferta grossista ‘bitstream‘ da rede de fibra ótica detida pela Vodafone” à Digi, escreveu o Negócios em dezembro, citando informação avançada pela operadora de telecomunicações. A Digi é uma operadora romena que ficou com faixas de espetro no leilão do 5G e que está a preparar a entrada no mercado português.

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Não foi considerado um compromisso suficiente, devido ao tal efeito regional, uma reticência da AdC que poderá ser difícil de ultrapassar. Pelo que não sendo formalmente um chumbo final à operação pode levar a que tal venha a acontecer. A Vodafone não revela o que fará, se avança com nova proposta ou se deita a toalha ao chão.

“A Vodafone tomou conhecimento da decisão hoje [quarta-feira, 17 de janeiro] anunciada pela Autoridade da Concorrência quanto aos compromissos que foram apresentados no âmbito da operação de aquisição da Nowo, encontrando-se agora a analisar os pressupostos dessa mesma decisão”, diz fonte da empresa. A AdC não comenta as informações que vieram a público.

A Vodafone anunciou em setembro de 2022 a intenção de comprar a Nowo. Meses mais tarde, a Anacom, que regula a área das comunicações, deu um parecer negativo à operação, considerando a possibilidade de “efeitos nocivos” se não fossem aplicadas condições. No entanto, o parecer da Anacom não tem um carácter vinculativo no âmbito da análise feita pela AdC.

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Meses mais tarde, em abril de 2023, a AdC anunciou a abertura de uma investigação aprofundada à fusão, por considerar que a operação pode resultar em “entraves significativos à concorrência”. Nessa altura, já referido que a Nowo apresentava “ofertas com preços comparativamente mais baixos” e que a Concorrência temia que, caso o negócio avançasse, pudesse resultar na “eliminação de um operador que, apesar da sua dimensão”.

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Na altura, a Vodafone disse “não concordar com a avaliação feita pela AdC e refletida na decisão de passagem a investigação aprofundada”, garantindo disponibilidade para “cooperar” com a AdC.

A compra da Nowo é um dos temas que transitou do mandato de Mário Vaz, antigo CEO da Vodafone Portugal, para o de Luís Lopes, que assumiu funções na operadora a 1 de abril de 2023.

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(título reformulado para especificar que não é, ainda, um chumbo formal)