Portugal colocou esta quarta-feira 1.900 milhões de euros, abaixo do montante máximo indicativo, em Bilhetes do Tesouro a dois, seis e a 12 meses a taxas de juros médias respetivamente de 3,663%, 3,660% e 3,279%, foi anunciado.
Segundo a página do IGCP — Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública na agência Bloomberg, no prazo de dois meses foram colocados 270 milhões de euros à taxa de juro média de 3,663% e a procura cifrou-se em 790 milhões de euros, 2,93 vezes o montante colocado.
Num comunicado, o IGCP sublinhou que o leilão desta quarta-feira teria uma linha adicional (Bilhetes do Tesouro março de 2024) ao indicado no calendário trimestral “com o objetivo de promover a liquidez de mercado da linha de Bilhetes do Tesouro a dois meses”.
No prazo de seis meses, foram colocados 565 milhões de euros à taxa de juro média de 3,660%, superior à taxa verificada no último leilão comparável, em 19 de julho de 2023 (3,284%) e a procura atingiu 1.265 milhões de euros, 2,24 vezes o montante colocado.
A 12 meses, Portugal colocou esta quarta-feira 1.065 milhões de euros à taxa média de 3,279%, abaixo da registada no anterior leilão de Bilhetes do Tesouro com esta maturidade realizado também em 19 de julho de 2023 (3,533%). A procura totalizou 1.810 milhões de euros, 1,7 vezes o montante colocado.
Comentando a recompra desta quarta-feira, Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa, afirma que “as taxas para os períodos mais curtos foram muito semelhantes e superiores à do período de 12 meses” e que “a procura foi superior nas emissões de dois e seis meses, por terem um prémio de risco superior”.
“Isto acontece por ainda termos a curva de taxas de juro invertida”, considera Filipe Silva, adiantando que “os prémios que Portugal está a pagar esta quarta-feira são dos mais altos dos últimos anos, mas acabam por estar alinhados com as taxas de mercado secundário e restante dívida soberana europeia”.
Filipe Silva explica que a taxa no leilão de 12 meses foi mais baixa do que nos prazos mais curtos, porque “o mercado tem expectativa de que possam existir cortes de taxas no segundo semestre deste ano”.
A agência que gere a dívida pública portuguesa tinha anunciado para esta quarta-feira a realização de três leilões de Bilhetes do Tesouro a dois, a seis e a 12 meses, com um montante indicativo entre 1.750 e 2.000 milhões de euros.
IGCP faz esta quarta-feira três leilões de Bilhetes do Tesouro de até 2.000 milhões de euros
Em comunicado, o IGCP precisou que as maturidades dos Bilhetes do Tesouro a leiloar são em 15 de março de 2024 (dois meses), 19 de julho de 2024 (seis meses) e 17 de janeiro de 2025 (12 meses).